Ismael Alexandrino é alvo de operação que prendeu irmão

Secretaria de Saúde compartilhou informações com a Polícia Civil para apurar denúncias

Postado em: 27-01-2023 às 08h00
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Ismael Alexandrino é alvo de operação que prendeu irmão
Secretaria de Saúde compartilhou informações com a Polícia Civil para apurar denúncias. | Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Goiás amanheceu nesta quinta-feira (26) em diversos endereços para cumprir três mandados de prisão temporária e 17 de busca e apreensão em casas e empresas de suspeitos de participar de um esquema de desvio de recursos da Organização Social que terminou com a prisão de Daniel Alexandrino. Daniel é irmão do ex-secretário de Saúde e deputado federal eleito Ismael Alexandrino, que também foi alvo da operação. 

O irmão, Daniel Alexandrino, foi detido em São Luís de Montes Belos. Ele se identificou como o proprietário da OS que presta serviços a hospitais estaduais e municipais. 

Outras duas pessoas identificadas pela investigação da Polícia Civil também foram presas – elas são apontadas como laranjas do esquema. Assim como o irmão Ismael, Daniel Alexandrino é médico, com especialidade em cirurgia vascular e angiologista. 

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Durante a investigação da Polícia Civil goiana, os policiais descobriram que a empresa registrada em nome de terceiros, na verdade, pertence a Daniel Alexandrino. 

As apurações policiais começaram quando a PC recebeu informações que levariam a provas de irregularidades nos contratos de gestão da Organização Social Instituto Brasileiro de Gestão Compartilhada (IBGC). A OS repassou, em forma de terceirização, o serviço à Amme Saúde, justamente a empresa de Daniel, mas com registro em nome, diz a polícia, de laranjas. 

A Organização Social administra cinco hospitais no estado. Segundo a Polícia Civil, o esquema está em volta de contratos com o Hospital Estadual de Itumbiara e as Policlínicas das Regionais de São Luís dos Montes Belos e da cidade de Goiás. Existe a suspeita de que houve desvio de verba em contratações simuladas. 

Secretaria de Estado da Saúde, a IBGC e a Amme Saúde firmaram contratos que podem ultrapassar R$ 10 milhões. A Polícia Civil investiga os crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, advocacia administrativa e de lavagem de dinheiro.

Em nota enviada à imprensa, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás explica que a operação é resultado de um esforço de equipe na SES por determinação do governador Ronaldo Caiado, com participação da Controladoria-Geral do Estado, antes da atual gestão da secretaria.

A pasta informa que contribuiu para o êxito da operação, dando, à PC, acesso aos sistemas da Secretaria. 

Por meio de nota, o deputado federal Ismael Alexandrino esclarece que está colaborando com as autoridades na referida investigação, inclusive ao fornecer a senha de seu aparelho de telefone celular. “Enfatiza-se que, durante a sua gestão à frente da Secretaria Estadual de Saúde, Ismael sempre garantiu total transparência e lisura em todos os processos da Pasta. Tal fato fez com que a SES atingisse 100% de pontuação no Goiás Mais Transparente 2022, permanecendo com o Selo de Ouro da premiação, segundo a Controladoria Geral do Estado (CGE) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE)”. 

Ainda segundo a nota, assinada pelo advogado Demóstenes Torres, “a defesa aponta que requererá acesso aos autos para verificar possíveis nulidades como a ausência de contemporaneidade para o ato e a usurpação de competência da Justiça Federal e do Supremo Tribunal Federal”. Por fim, “esclarece-se que o ex-secretário de Saúde continuará à disposição das autoridades para eventuais esclarecimentos que se fizerem necessários”.

Nota do IBGC

Já a Organização Social IBGC, também por meio de nota enviada à imprensa, informa “que ainda não tomou conhecimento oficial da integralidade dos dados contidos nos mandados, mas que já está colaborando com as investigações e encontra-se à disposição das autoridades, em cumprimento com os seus compromissos de transparência e respeito às boas práticas de gestão”.

O IBGC termina a nota informando que a prestação do serviço seguirá normalmente nas unidades sociais pelas quais foi contratada para fazê-lo.

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