Eduardo Machado fala de gestão no Detran e política feita pelo Podemos

Com vasta experiência em gestão pública e reconhecido articulador político, o presidente do Detran de Goiás, Eduardo Machado, comemora feitos do órgão, que sai na frente em diversos projetos que acabam influenciando outros estados. 

Durante entrevista ao jornal O Hoje, Eduardo Machado afirma que a CNH Social já atendeu 22 mil pessoas sem condições de arcar com os custos do documento. “Essas pessoas entraram na auto-escola, fizeram aulas teóricas e práticas, exame e tudo e receberam a carteira de habilitação 100% de forma gratuita. Lembrando que uma carteira de habilitação representa a possibilidade de a pessoa ter um emprego. Esse é um avanço imitado por vários Detrans pelo Brasil. Ontem recebi a visita do presidente do Detran de Roraima, mas já recebi o do Detran do Rio de Janeiro, que veio para copiar vários sistemas que nós temos”. 

Machado também lembra que o Detran goiano foi o primeiro no Brasil a eliminar o documento impresso de propriedade do veículo e também de transferência do veículo. “Agora o motorista pode fazer tudo de forma digital”, ressalta. 

O presidente lembra que o órgão foi pioneiro no País a parcelar o IPVA em dez vezes. “Em um momento de crise financeira, pós-pandêmica, isso foi muito importante. Seja para o contribuinte estar em dia, seja para o Estado diminuir a inadimplência que estava sendo gerada pelo fator econômico. Ampliamos os Ciretrans e atualmente estamos em 210 cidades goianas”. 

Eduardo Machado ressalta que, embora não seja obrigação do Detran fazer qualquer tipo de sinalização, o órgão criou o programa Sinaliza Goiás. “É obrigação da prefeitura tanto a sinalização horizontal quanto vertical, mas o Detran chamou a responsabilidade para si e levou esse serviço para todo o Estado de Goiás, reduzindo o número de acidentes”. 

Ainda na esteira de avanços do Detran na gestão de Ronaldo Caiado, o presidente se recorda do Maio Amarelo, com foco na educação no trânsito. “Com isso, várias equipes percorreram Goiás fazendo palestras educativas para alunos do Ensino Médio”, conta ele, que revela a intenção de o Detran fazer uma parceria com a Secretaria de Educação para incluir disciplina de trânsito na grade curricular. 

A respeito da relação dele com o governador, o presidente afirma que não há necessidade. “O governador nos dá autonomia. O órgão está bem encaminhado. Vários projetos, como esse de levar o ensino do trânsito para o Ensino Médio na disciplina Educação de Trânsito. Quando esse estudante sair, já vai estar com o exame teórico aprovado, podendo pleitear a CNH Social”, exemplifica. “Depois fica faltando apenas as aulas práticas”.  

Outra parceria que Machado pontua é a que o Detran tem feito com a Polícia Militar para efetivar ações de prevenção. Recentemente, a Guarda Civil Metropolitana também se juntou ao órgão para prevenir acidentes e aumentar a fiscalização. “Fiz o convênio depois que houve interesse da GCM. No começo teve um entrave jurídico porque a própria Associação Nacional dos Guardas Municipais entendia que não cabia aos mesmos exercerem esse papel. O problema foi resolvido e submetemos os guardas a um curso no Sesi Senat e foram credenciados para terem poder de fiscalização. É um apoio importante, já que são 98 viaturas a mais e centenas de guardas”, explica ele. 

Sobre o reforço de efetivo aumentar o número de multas, Machado é taxativo: “Ao contrário do que a sociedade pode pensar, com certeza a intenção do governo do Estado não é essa. A determinação do governador de aumentar a fiscalização começou quando várias pessoas morreram, principalmente durante rachas em Goiânia. Foi quando, em conjunto com a inteligência da Polícia Militar, a gente do Detran começou a se movimentar para coibir este tipo de situação”, analisa o presidente. 

A respeito das contas do Detran, o presidente afirma que estão “sadias”. “É o segundo maior órgão arrecadador de Goiás, arrecadando quase R$2 bilhões por ano. E é peça-chave no desenvolvimento do governo em várias outras áreas”. O presidente lembra que houve medidas radicais para o combate à corrupção no órgão, sobretudo quanto ao investimento em ferramentas como ouvidoria. “Hoje o sistema de compliance é gerido pela Secretaria de Administração, com ramificações em vários órgãos. Existe transparência de cada centavo que é gasto pelo Detran”. 

Política

Machado é, além de presidente do Detran, um grande articulador político, com forte influência nacional na legenda da qual faz parte, o Podemos. Com Felipe Cortez, também foi responsável pela sigla ter sido a primeira a declarar apoio ao projeto de reeleição de Ronaldo Caiado. 

Embora o Podemos não tenha elegido deputados em Goiás, há um bônus em que a legenda se fundiu com o Partido Social Cristão, que conta com dois deputados. Com isso, Machado não se preocupa, por exemplo, de o Podemos perder o poder no Detran. “O governo Caiado tem se mostrado técnico, então não existe mais espaço para se colocar uma pessoa que é meramente política. O Caiado quer alguém com formação como gestor, independente da força política”, explica, depois elenca vários auxiliares considerados meramente técnicos na gestão Caiado. 

Perguntado sobre o burburinho de que quem manda no Detran é o ex-presidente Marcos Roberto Silva, Machado reconhece que já o procurou algumas vezes para pedir-lhe opinião por saber de sua experiência com a gestão do órgão. “Ele só acrescentou como diretor de Operações. Várias vezes antes de tomar uma decisão eu fui até ele. Sinceramente falar que ele manda não me afeta”. 

Sobre o aspecto nacional, Eduardo Machado afirma que existem várias conversas no Podemos para compor a base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores. “Podemos hoje, por ter uma bancada significativa no Senado Federal, uma boa bancada na Câmara dos Deputados, a gente tem sido procurado pelo governo federal. Temos discutido um espaço onde a gente possa acrescentar à sociedade e essa possibilidade é existente”, declara.