Adriana Accorsi, a voz de Lula para além da Câmara Federal?

Vestida com o petista e tradicional terninho vermelho, a deputada federal Adriana Accorsi (PT), usou a tribuna do plenário da Câmara Federal, nesta quarta-feira (15), para ressaltar algumas das principais ações nos primeiros 45 dias do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Com direito à fala às 14h05, a deputada discursou a respeito, em nome dos colegas de partido, sobre a entrega, por parte de Lula, de casas do Programa Minha Casa Minha Vida: “É uma alegria vir aqui hoje, caros colegas, falar das conquistas do governo Lula nos primeiros dias. Podemos ficar aqui falando dos 100 milhões para a reconstrução mamária das mulheres que sofreram câncer de mama, 600 milhões destinados a cirurgias eletivas, 250 milhões destinados aos municípios aplicarem na educação infantil”. 

Em seguida, a deputada partiu para o assunto central da atuação do governo. “Quero hoje dizer do retorno, da retomada, do Programa Minha Casa Minha Vida, que significa a dignidade das famílias, a realização do sonho da casa própria para tantas famílias, sobretudo para as mulheres que são as mais beneficiadas. Ontem o presidente Lula entregou 2.700 moradias em todo o Brasil. Em Goiás, em Aparecida de Goiânia, foram entregues 900 casas”. 

Para a deputada federal, foi “extremamente emocionante” ver as famílias recebendo as chaves da casa própria. “Quero dizer que este programa, sendo retomado, será ambicioso, e muito mais abrangente, como aluguel social. Atingiremos as famílias de pessoas em situação de rua. Teremos parceria com governos e prefeituras e entregaremos, até o final deste mandato, pelo menos 2 milhões de moradias para as famílias de vulnerabilidade social, retomando a faixa 1, das pessoas que mais precisam”. 

A deputada ainda lembrou que a bancada de deputados federais se reuniu, nesta terça-feira (14), para entender como poderia contribuir para o debate de fortalecimento do Programa Minha Casa Minha Vida. “É um programa que traz dignidade, realização de um sonho, e que prioriza as mulheres, mães com filhos com deficiência, mães solo, mães viúvas, mas beneficia todas as famílias que precisam”.

Acostumada à oposição – responsável e propositiva – enquanto esteve deputada estadual em Goiás (2015/2022), Accorsi foi consenso do PT na disputa à Câmara Federal pelo próprio presidente Lula e, eleita com 96.714, é um dos quadros mais respeitados da situação no Congresso Nacional. Além de Accorsi, o PT goiano elegeu, no último pleito, Rubens Otoni (83.539 votos), que está no quinto mandato. 

Accorsi é filha do ex-prefeito de Goiânia, Darci Accorsi, que governou a capital a partir de 1992 e jamais deixou de ser uma liderança do partido de Lula em Goiás. Delegada de carreira, Adriana chegou a assumir o cargo na chefia da Polícia Civil, depois de atuar em casos que repercutiram nacionalmente. Com o jeito duro e profissional, conquistou até líderes políticos de partidos antagônicos ao PT, como o ex-governador Marconi Perillo, do PSDB, que a confiou o cargo mais importante da PC. 

Na Câmara Federal, Adriana Accorsi é uma peça-chave como defensora e articuladora das pautas governistas. Nos bastidores do PT, ela é um dos nomes mais fortes para, em caso de alguma emergência, assumir algum ministério, sobretudo em um eventual desmembramento do Ministério da Justiça, atualmente sob comando do ministro Flávio Dino (PSB). 

A ideia é um relâmpago sobre o esvaziamento da pasta de Dino, que poderia, parcialmente, ser transformado em uma banda no Ministério da Segurança Pública, assunto do qual Adriana Accorsi tem no DNA. Por enquanto, é apenas uma especulação.