Aava leva relatórios sobre percepção de medo e violência entre professores

Parlamentar também apresentou levantamento sobre participação de goianos nos atos golpistas

Postado em: 20-05-2023 às 08h30
Por: Felipe Cardoso
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Parlamentar também apresentou levantamento sobre participação de goianos nos atos golpistas | Foto: Divulgação

A presidente da Comissão de Educação, Ciência, Cultura e Tecnologia, da Câmara Municipal, vereadora Aava Santiago (PSDB) esteve em Brasília na última semana para entregar ao secretário nacional de assuntos legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, o relatório da pesquisa “Medição de Violência nas Escolas de Goiânia” e o levantamento, feito pelo seu gabinete, de provas sobre a participação de goianos nos atos golpistas do dia 08 de janeiro. 

Entre os meses de março e abril, 131 professores de escolas públicas, privadas, do ensino fundamental ao universitário participaram da pesquisa. Destes, 94,7% afirmaram ter posicionamento político definido, 54,2% professam uma religião publicamente, e 50,4% afirmaram ter sofrido discriminação, intolerância ou assédio em razão de sua orientação política, religiosa, racial. Após a criação de um site de denúncias contra docentes, há relatos de professores que foram filmados sem autorização prévia, outros que foram ameaçados por pais e caluniados por alunos. 

Os dados apresentados pela parlamentar mostram que entre os que sofreram algum tipo de violência no ambiente escolar, 65,3% não tiveram apoio algum, nem da instituição, nem dos colegas e 25% desenvolveram transtornos de ansiedade, depressão e Síndrome de Burnout.  

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Para Aava Santiago, a perseguição, intimidação e a violência aos professores ultrapassam os muros das escolas, pois se tornam violência contra a história, a cultura e prejudica, acima de tudo, a formação dos alunos. “Esses atos contra professores são lançados com o pretexto de proteger as infâncias, mas ao acusarem os professores de doutrinação ideológica, acabam por promover uma ideologização de um conteúdo. Com isso, perdem os trabalhadores da educação, perde a sociedade com a mutilação do conteúdo, perdem as escolas que, ao cederem, deixam de aplicar o conteúdo programado e elaborado para aquele ano e, individualmente, perdem os estudantes, pois sem o conteúdo, como esse aluno vai chegar ao Enem?”, questiona. 

A parlamentar explica que, no âmbito municipal, pouco pode fazer para combater movimentos coordenados, via redes sociais, em todo país. Segundo ela, para proteger o direito de professores e de alunos é necessário que o Governo Federal atue no enfrentamento às investidas contra docentes. 

8 de janeiro

Na mesma reunião, a tucana também entregou ao Secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, um levantamento de provas sobre a participação de goianos nos atos golpistas do dia 08 de janeiro, em Brasília. “ A equipe do gabinete organizou uma pesquisa aprofundada em redes sociais e nas conexões entre pessoas que se organizaram para planejar e financiar os atos. Por meio de uma busca ativa, conseguimos levantar quase 70 perfis que estão descritos em 60 páginas de relatório. Entre os perfis, muitos são ou estão em Goiás”, comenta Aava Santiago. 

Ao receber os dois documentos, Elias Vaz afirmou que irá levá-los ao conhecimento do ministro da Justiça, Flávio Dino, e garantiu que a Secretaria Nacional de Assuntos Legislativos e o próprio Ministério seguirão empenhados no enfrentamento à violência, perseguição e ataques a professores, e da mesma forma, estarão diligentes na investigação e punição de golpistas.

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