Zé Eliton critica e condena fatiamento de cargos no governo

Governador garantiu que a prática será abolida durante sua gestão, mesmo que isso cause danos políticos à governabilidade

Postado em: 05-06-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Governador garantiu que a prática será abolida durante sua gestão, mesmo que isso cause danos políticos à governabilidade

Rafael Oliveira*

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O governador José Eliton (PSDB) condenou as práticas partidárias usadas para assegurar espaços no governo. As tais práticas, consideradas “ultrapassadas” por ele, revelam “tempos tristes da política e resquícios de um passado patrimonialista da nação brasileira”. O tucano defendeu, em discurso ontem na abertura do 1º Seminário Internacional de Educação Superior, na Escola Teatro Basileu França, que o momento é de uma agenda nacional e estadual focada em resultados. 

O governador condenou uma prática antiga na política: “Nós temos o exemplo clássico do que há de mais pernicioso para construir o estado que almejamos: a busca incessante, através do pragmatismo político, pela discussão de ocupação de espaços de governo, para se discutir formação de composições partidárias. Nada mais retrógrado, mais ultrapassado”, criticou.

Para José Eliton, tal tipo de discussão é para aqueles “que acham que a sociedade não muda, não avança” e não observam “a nova realidade”.  Sobre tal entendimento da ocupação de espaços, o governador alertou: “Aqui em Goiás esta prática será abolida, não vamos caminhar neste sentido”, disse. “Aqueles que quiserem se unir, pensar e sonhar um estado melhor, o farão por convicção, não por moeda de troca”, assegurou, dizendo que os governantes têm de ter a coragem de mudar “mesmo que isso tenha ‘efeitos danosos’ do ponto de vista político”.

Depois, em entrevista coletiva, o governador José Eliton (PSDB) voltou a criticar práticas políticas obsoletas em Goiás e no Brasil. Questionado se suas afirmações eram um recado aos partidos políticos, para o processo eleitoral deste ano, Eliton disse:  “Não, acho que esse é um pensamento que eu tenho muito forte. Não é possível você construir uma base programática, com base em uma política arcaica, do passado, que visa apenas e tão só ocupação de espaços”, disse. “Acho que é importante você ter compromissos ideológicos, compromissos com projetos, alicerçado em bases programáticas sólidas”, frisou.

José Eliton assegurou sua meta política: “Quero construir uma base de governabilidade importante, que dê sustentação política – porque no modelo republicano que nós temos é importante – mas, acima de tudo, uma base que dê resultado para as pessoas, que atue em favor dos cidadãos”, enfatizou.  “Com corpo técnico adequado, com estrutura adequada, para que nós possamos construir uma nova política em Goiás”, completou, detalhando o posicionamento. (*Especial para O Hoje) 

Seminário discute educação superior 

Ao participar da abertura do 1º Seminário Internacional de Educação Superior, que começou ontem e termina hoje, no Teatro Escola Basileu França, o governador José Eliton parabenizou a iniciativa como “um ambiente adequado para projetarmos o futuro”, promovendo avanços no Estado. A realização é do Conselho Estadual de Educação de Goiás, Universidade Estadual de Goiás (UEG) e Universidade de Rio Verde (UniRV).

“A verdadeira riqueza não se faz com transferência de renda, que deve ocorrer momentaneamente, se faz com transferência de saber”, externou José Eliton. Na ocasião, anunciou para a próxima semana a criação da Universidade do Esporte de Goiás, para formar professores e atletas de alta performance.

Ao palestrar sobre Ensino Superior e Desenvolvimento Regional, o governador indagou os presentes a respeito da democratização do ensino, se “essa democratização existe?” e declarou que “a UEG cumpre papel fundamental nessa missão”, e nessa linha de ação a universidade goiana está “estabelecendo uma agenda de oferta do Ensino Superior em todos os municípios goianos”, por meio da experiência da Univespe, a Universidade Virtual de São Paulo.

José Eliton explicou que a Universidade Virtual “trata-se de uma experiência formada em parceria com os municípios goianos que ainda não têm sede presencial da UEG, o Estado de Goiás e a própria UEG”. Segundo ele, “os municípios entrarão com o espaço físico, a UEG com todo o corpo docente, com parte da graduação em plataforma digital e parte com o ensino presencial, com a meta de estabelecer até 2022 a universalização do Ensino Superior em Goiás.

Os temas centrais do seminário são: Desenvolvimento e Democratização da Educação Superior – Novos Processos e Perspectivas e Educação Superior e Pesquisa Científica – Desenvolvimento Humano, Complexidade e Inclusão, temas que abrem espaço para a inclusão, “inclusão que abre portas, que abre janelas, que dá a oportunidade ao cidadão de ter um futuro melhor”, que em Goiás, “aos poucos, foi ganhando novos contornos, com o nascimento da Universidade Estadual de Goiás, há 19 anos”, assinalou José Eliton. E completou dizendo que “não existe Estado que cresça e se desenvolva sem investimento em ciência e tecnologia. Foi por isso que criamos a Fapeg”.

O seminário promove o intercâmbio de ações bem-sucedidas com instituições de ensino da Europa, mais precisamente da Alemanha e Portugal, com a participação de professores, pesquisadores e estudantes. “A internacionalização da educação é necessária e acontece em vários níveis. Nós abrimos vagas extras para recebermos representantes de outros países, com vistos humanitários, em todos os nossos cursos de graduação”, informou o reitor da UEG, Haroldo Reimer.

O presidente do Conselho Estadual de Educação, Marcos Elias Moreira, entende que cabe ao conselho “a missão de discutir os rumos da Educação Superior em Goiás, pelos quais passam os rumos do desenvolvimento na economia do Estado, na pesquisa científica, no desenvolvimento social, passando pela formação dos professores”. 

Agenda econômica é destacada 

Lucas de Godoi*

21 repórteres de emissoras de rádio do interior de Goiás conversaram nesta segunda-feira com o governador José Eliton. Ao fazer um balanço das principais ações de governo, José Eliton defendeu a importância de “uma agenda econômica clara”, sem surpresa de última hora. Segundo ele, a meta é processar novas ferramentas de inclusão social, fora daquelas tradicionais. “Uma agenda que olhe para o futuro”, explicou. 

“O governo de Goiás fez o dever de casa, para ser instrumento de auxilio aos prefeitos”, assinalou, observando que a população elege um governante para “dar solução” às demandas sociais, enfatizou ao responder sobre o andamento do programa Goiás na Frente, que já conveniou 217 dos 246 municípios. 

Ele se disse muito feliz com o processo de desenvolvimento do Estado, baseado em obras estruturantes como as duplicações, programas sociais sólidos que serviram de modelo para o País e avanços significativos em áreas estratégicas como Educação, Saúde, Habitação e Segurança Pública. Nos próximos dias, adiantou José Eliton, o governo lançará um programa de apoio ao esporte, baseado nas concepções e nas ações planejadas do Plano MB, do governo de Mauro Borges.

No campo da infraestrutura, enfatizou, desde 2011 a malha rodoviária do estado está sendo reconstruída, com mais de 6 mil quilômetros de extensão, sem contar as duplicações, construção de pontes, viadutos, aeródromos e aeroportos. “Estamos chegando a mais de 95% da malha rodoviária em perfeitas condições de trafegabilidade”, assinalou, destacando que o governo estadual aguarda a conclusão de operação de empréstimo junto à Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 510 milhões, para viabilizar novas obras.

Sobre as rodovias que estão sendo reconstruídas no Estado, como as GOs 080, 070, 174 e 164, JoséEliton adiantou que as obras devem ser entregues dentro do cronograma estabelecido e que todas as obras rodoviárias existentes no Estado estão sendo retomadas após o último período de chuva.

Educação

Na área da educação, José Eliton adiantou que uma das metas é expandir a presença da UEG nos municípios, por meio de cursos à distância, visto que seria impossível instalar uma unidade em cada um dos 246 municípios do estado. 

“Faremos um mix entre o ensino presencial e o ensino a distância”.  Para isso, o Estado será dividido em 10 regionais e os municípios que não contam com a oferta de cursos pela UEG poderão ser contemplados, por meio de um convênio da que será firmado o a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), num programa chamado UEG em Rede. 

O governador adiantou que no mês de julho será realizado um vestibular para mais 7 mil alunos. “Estamos estabelecendo uma agenda de democratização do ensino superior em todas as cidades que não são contempladas com unidades da UEG”, observou.

Participaram da entrevista as rádios Alvorada, Líder, Canadá e Sul Goiana (Quirinópolis), Eldorado e Vale Verde (Mineiros), Kativa, Difusora e Interativa (Jataí), Santelenense e Ouro Branco (Santa Helena), Nativa (Edéia), Canadá (Acreúna), Silvestre (Itaberaí), Rádio 96, Minha, Morada do Sol, Clube, Líder e Cidade (Rio Verde) e Rio Claro (Caçu). 

(*Especial para O Hoje) 

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