No comando pela segunda vez, Daniel tem nova chance de mostrar resultados 

O vice-governador Daniel Vilela (MDB) assume, pela segunda vez, o comando do Estado. Desde a última sexta-feira (23), o filho de Maguito está à frente do Palácio das Esmeraldas. Ele exercerá a função de governador até a próxima terça-feira (27). 

Na primeira vez em que assumiu o governo, em maio, Caiado (União Brasil) foi a Paris, na França. Dessa vez, o chefe do Executivo de Goiás está em Portugal para participar da 11ª edição do Fórum Jurídico de Lisboa. 

Já Daniel está em Goiás desde quarta-feira (21). Nos últimos dias cumpriu missão oficial a China. No País asiático, entre outras coisas, ele buscou investimentos e transferência de tecnologia. 

De fato, a missão chefiada pelo vice-governador visou abrir canais de diálogos com empresários e representantes de governos chinês, bem como encontrar áreas de interesse do Estado para oficializar acordos. 

Ao defender a bandeira de Goiás, Daniel elencou o território goiano como “referência nacional no agronegócio”, “dono de um dos maiores parques industriais do país”, “destaque na mineração” e “segundo lugar no ranking da produção agrícola”.

Conforme observado pelo jornalista Wilson Silvestre na Coluna Xadrez, do O Hoje, além da habilidade no trato de interesses partidários e alianças, Daniel tem sido o fiel escudeiro do governador. 

“O grau de afinidades pode ser traduzido pelas inúmeras vezes em que Daniel representou o governador em negociações e agendas junto ao Governo Federal. Agora, ao liderar uma comissão de empresários e agentes governamentais de Goiás a China, consolida o grau de confiança do governador em seu vice”, escreve.

Emedebistas com quem o Jornal O Hoje tem conversado avaliam que Daniel está preparado para as grandes responsabilidades. Outros players da política, porém, acreditam que o jovem político ainda tem um longo caminho a percorrer. Ronaldo Caiado, por sua vez, parece não só confiar na primeira alternativa como incentivar o companheiro, visto que Vilela passa longe de vice decorativo. 

Mas a exposição do vice-governador não é por acaso. Em 2026 a eleição deverá ser pesada. Nesse sentido, incerteza e cenário aberto abrem margem para nomes que buscarão preencher o vácuo de poder – aliás, não existe vácuo de poder. O senador Wilder Morais, presidente estadual do PL – um dos maiores partidos no País e casa do ex-vice presidente Bolsonaro – já é tido como possível adversário. 

Outra possibilidade é o senador e presidente estadual do PSD, Vanderlan Cardoso. Neste caso, existe chance de diálogo, visto que o congressista pode querer disputar a prefeitura de Goiânia. Nesse caso, apesar das diferenças, é possível uma aproximação. 

Há, ainda, o ex-governador Marconi Perillo, que preside o PSDB estadual e busca fortalecer o partido na eleição de 2024. Sem Caiado, o tucano irá analisar o cenário para ver a possibilidade da quinta disputa ao Palácio das Esmeraldas. Como de costume, o Partido dos Trabalhadores também deve lançar algum candidato. Dessa vez, com as bênçãos do presidente Lula (PT), que ainda estará na presidência. 

Diante de todo esse cenário, o sucessor natural de Ronaldo Caiado busca não só se viabilizar, mas se destacar como um substituto à altura na visão do povo goiano. Para isso, ele precisa de visibilidade. Estar à frente do Estado como governador interino é uma forma. Não ser um vice decorativo é outra.

Já acertados, vale lembrar, o vice também trabalha nas filiações (retorno) do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), e do atual prefeito da cidade, Vilmar Mariano (Patriota).  Da mesma forma, ele também articula a filiação do ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot (Patriota), além da prefeita de Itaberaí, Rita de Cássia (PSB). Os trabalhos estão adiantados.