Mendanha, que quer espaço na chapa de Daniel em 2026, tem mais eleitores

Avaliação é de aliados do ex-prefeito. Mendanha fez campanha com mais expressão em 2022 do que Daniel em 2018

Postado em: 06-07-2023 às 08h30
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Mendanha, que quer espaço na chapa de Daniel em 2026, tem mais eleitores
Cientista político observa, porém, que o vice-governador tem o partido e a bênção de Caiado | Foto: Rodrigo Estrela

Em 2022, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), teve 879 mil votos para governador. Em 2018, o hoje vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB), teve 479,1 mil. 

Em nenhum dos casos, o resultado foi suficiente para impedir a vitória em primeiro turno do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). É possível dizer, contudo, que Mendanha saiu da disputa mais forte e conhecido pelo estado, conforme aliados. Afinal, “uma diferença de 400 mil eleitores é uma diferença de 400 mil eleitores”, dizem. 

Essa conta e comparação não é feita publicamente pelos envolvidos. E nesse período – e até 2026 – as coisas podem ser diferentes, uma vez que a política é dinâmica e tudo depende de conjuntura. Contudo, Daniel parece entender a força do amigo de longa data – e que esteve rompido por um tempo –, uma vez que articulou o retorno do mesmo para seu grupo e, consequentemente, para a base de Caiado. 

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Mendanha tem dito que quer compor a majoritária com Daniel, sucessor natural do governador, em 2026. Pode ser como candidato a senador ou mesmo vice. Foi convidado a retornar ao MDB e aceitou. Ainda não se filiou. A legenda, claro, influencia nas alianças. 

O fato é que, hoje, Gustavo é um cabo eleitoral forte para Daniel, especialmente em Aparecida de Goiânia e na capital. Inclusive, membros da cúpula do político, consultados pelo Jornal O Hoje, têm o entendimento do “tamanho” de Mendanha, mas veem a situação como conjuntura política e reforçam que ambos são muito amigos. 

É preciso dizer que a dupla tem história. Apesar do rompimento em 2021, quando Daniel optou por apoiar Caiado enquanto Gustavo defendia candidatura própria do MDB, há tempos eles possuem um relacionamento fraterno. Pai de Vilela, Maguito fez Mendanha sucessor em Aparecida. 

Além disso, Léo Mendanha, pai de Gustavo, era amigo de Maguito. As famílias sempre tiveram uma relação muito próxima. O pessoal, nesse sentido, pode (e deve) influenciar as conversas – diferente do que houve em 2021, é claro. Dito isto, os aliados não veem disputa entre eles. 

Envergadura

A envergadura do ex-chefe do Executivo aparecidense também é confirmada pelo professor e cientista político Marcos Marinho no sentido de capital eleitoral. Ele reforça, todavia, que Vilela é líder do MDB e está sob as asas de Caiado. 

“Mendanha tem capital eleitoral, muitos votos, mas o partido está nas mãos do Daniel. Querendo participar da chapa majoritária precisa se viabilizar. Daniel, além disso, tem o suporte do governador”, explicita.

Ele argumenta que o nome de Gustavo está mais recente, o que justifica o destaque – o ex-prefeito saiu de uma disputa ao governo de Goiás em 2022. Nesse sentido, Marinho afirma que o político de Aparecida precisa se experimentar, caso possível, em Goiânia. “Então, primeiro ele precisa se viabilizar na Justiça.”

Goiânia

Realmente, a verdade é que Mendanha está de olho na capital. Em agosto, o ex-prefeito de Aparecida fará uma consulta à Justiça para verificar a possibilidade de disputar o terceiro mandato de Executivo municipal seguido. 

A tese é que ele se desincompatibilizou da prefeitura de Aparecida em abril de 2022, mais de dois anos antes do fim do mandato. Com isso, ele não se caracterizaria como “prefeito itinerante”, que muda o domicílio eleitoral para se perpetuar no poder. 

De fato, Gustavo se viabilizar como candidato em Goiânia seria um presente para Daniel que ainda tenta achar um nome para que o MDB chegue competitivo na cidade. Ana Paula Rezende é uma possibilidade, mas não está confirmada. 

Além disso, para Vilela, Mendanha na capital seria um aliado forte que ainda deixaria mais espaço de alianças na chapa de 2026. Com isso, o vice-governador poderia manobrar melhor as articulações. 

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