Oposição à reforma tributária é mais um passo de Caiado para visibilidade nacional

Governo de Goiás pode estar na disputa à presidência da República em 2026

Postado em: 10-07-2023 às 07h50
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Oposição à reforma tributária é mais um passo de Caiado para visibilidade nacional
Governo de Goiás pode estar na disputa à presidência da República em 2026 | Foto: Divulgação

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) não conseguiu modificar o resultado da reforma tributária, aprovada na última quinta-feira (6). O chefe do Executivo, todavia, se destacou nacionalmente como único gestor de Estado contrário a medida. 

Assim, apesar de perder no Congresso, ganhou no fortalecimento do próprio nome rumo à disputa ao Palácio do Planalto, em 2026. A candidatura à presidência, vale citar, é aposta de muitos aliados do governador. 

Mas ainda sobre a visibilidade, Caiado ganhou as notícias de todo o País em sua luta contra a reforma tributária. Conseguiu – direta ou indiretamente – mobilizar nove dos 17 deputados federais goianos contra o texto. 

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No sábado (8), inclusive, deu uma entrevista à Folha de S.Paulo. De modo geral, ele ganhou a mídia nacional enquanto lutava democraticamente contra o texto. Ele ainda acredita que pode modificar o texto no Senado. 

Além disso, diferente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não se indispôs com o bolsonarismo. O gestor do maior Estado do País foi a campo pela reforma, contra Jair Bolsonaro (PL), e desagradou o grupo. 

Tarcísio, que era visto como o principal sucessor de Bolsonaro – uma vez que o ex-presidente está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) –, criou ruídos com os apoiadores de Jair. Caiado saiu fortalecido. 

Tom de campanha

Esta, claro, não foi a única vez neste ano que ele surgiu forte, neste ano. No último dia de maio, ele esteve na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), na Câmara dos Deputados.

A fala inicial de Caiado, naquele momento, já dava tons de campanha. Lembrou que já tinha iniciado o tema em 1985, criticou o discurso do MST de que não há reforma agrária, a falta de estrutura aos assentados e a postura de “defensor de pobre”. 

Na condição de convidado da comissão, o goiano não só deixou subentendido que está no jogo pela presidência da República, como se mostrou um player que conhece bem os desafios do Brasil. Além de flertar com a direita a partir de um discurso combativo às ações do MST, Caiado também defendeu pautas que vão ao encontro da inclusão social e da dignidade humana por meio do trabalho. 

Falou bastante, à época, se opôs a partidos de esquerda. De fato, as manifestações foram interpretadas como a primeira das muitas investidas que ainda virão na tentativa de se posicionar como uma alternativa aos brasileiros na eleição de 2026. 

Desafios

Contudo, os desafios são grandes para um governador de Estado com densidade eleitoral pequena. Marcos Marinho, professor e cientista político, lembra que Goiás não pauta o País. Então, para Caiado fazer algo no governo que reverbere na esfera nacional, tem que ser algo realmente muito interessante. 

“Precisa fazer um governo de muita visibilidade, para extrapolar as fronteiras”, reforça e completa: “Além disso, ele precisa se consolidar no campo da direita. Aglutinar a direita moderada, centro-direita e um pouco da extrema-direita, ou seja, o bolsonarismo.” 

Mas há um ponto positivo: “Em relação a partido, o União Brasil é grande e possui uma grande bancada no Congresso. Se o partido comprar a ideia, tem estrutura para uma campanha presidencial. Mas Caiado precisa se tornar o principal player desse espectro político. Conseguindo fazer isso – nos próximos anos –, se torna um candidato interessante.”

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