MDB e União Brasil não terão queda de braço nos municípios

Leitura é que onde houver candidaturas das duas siglas, haverá, também, intenso diálogo em busca de uma caminhada conjunta

Postado em: 14-07-2023 às 07h30
Por: Felipe Cardoso
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Leitura é que onde houver candidaturas das duas siglas, haverá, também, intenso diálogo em busca de uma caminhada conjunta

“Estando no União Brasil, estou no MDB. Estando no MDB, estou no União Brasil”, a declaração foi dada pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Bruno Peixoto, durante passagem pelo jornal O HOJE, em 26 de junho. O que se observa, porém, é que a analogia não reflete tão somente um sentimento pessoal do político, e sim uma aliança político-partidária que deve trazer reflexos significativos para as eleições do ano que vem. 

Durante a mesma entrevista, Bruno foi além. Ele disse que sua ida para o MDB foi resultado de um acordo entre ele, Daniel Vilela, presidente do partido e vice-governador goiano, e, claro, o governador do Estado, Ronaldo Caiado (UB). “Hoje, temos uma construção em Goiás: União e MDB. Sinto a sinergia dos dois partidos”, complementou. 

Na esteira da declaração de Peixoto, lideranças de todo o estado não titubeiam ao afirmar que ambas as siglas levarão para o pleito de 2024 uma parceria invejável. A leitura é que onde houver candidaturas das duas siglas, haverá, também, um intenso diálogo em busca de uma caminhada conjunta. “Encontraremos um consenso. Quem estiver melhor avaliado vai para a cabeça de chapa. O outro fica com a vice”, explicou um emedebista. 

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A dobradinha foi confirmada também pelo presidente da legenda em Goiânia, vereador Henrique Alves (MDB). Segundo o legislador, a tentativa será, sempre, rumo à caminhada conjunta.

“O Daniel tem uma excelente relação com o governador Ronaldo Caiado. Não haverá queda de braço. Trabalharemos por candidaturas únicas não só aqui na capital, como em Aparecida e nos demais municípios do estado. Sem dúvidas chegaremos, na maioria absoluta dos casos, a um denominador comum”. 

Em regiões específicas do estado, porém, a situação se revela complicada. É o caso, por exemplo, de Mineiros, município localizado na região sudoeste de Goiás. Conforme mostrado pela reportagem do O HOJE na edição da última quarta-feira, 12, o atual prefeito da cidade, Aleomar Rezende (MDB), buscará a reeleição. 

Em paralelo, um grupo político trabalha pela construção de um projeto de oposição ao atual gestor. Esse grupo atualmente é liderado pelo ex-governador goiano Agenor Rezende. Sua filha, a deputada estadual Rosângela Rezende (Agir), porém, é uma importante peça do time de Ronaldo Caiado na Alego. E mais: é cotada ir às urnas como representante legítima da oposição ao atual prefeito. 

O MDB, claro, vai querer manter o poder concentrado nas mãos do partido na cidade. De que lado ficará o governador nessa história, só o tempo dirá. O que se sabe, porém, é que não há possibilidade de unir as forças historicamente antagônicas.

Nos bastidores, a informação é que um embaraço também é esperado em Cristalina. Rio Verde se revela um outro desafio. Acontece que o ex-presidente da Alego, Lissauer Vieira (PSD), pode mergulhar na disputa contra um indicado de Paulo do Vale (UB), atual prefeito e ex-emedebista. 

Em todos esses casos, porém, a esperança é de que tudo se ajeite até outubro deste ano, onde sinalizações mais claras virão. Nunca é demais lembrar que conforme mostrado Conforme mostrado pela Xadrez, os mais atentos à política goiana já perceberam que ele, paulatinamente, Caiado tem delegado ao seu vice missões estratégicas. Mais do que aliados, o gesto galvaniza uma aliança construída passo a passo pelos dois. A experiência parlamentar de Caiado tem sido escola para Daniel nas tratativas políticas. O emedebista, por sua vez, tem correspondido às expectativas do governo, apesar do longo caminho a percorrer.

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