MDB e União Brasil não terão queda de braço nos municípios
Leitura é que onde houver candidaturas das duas siglas, haverá, também, intenso diálogo em busca de uma caminhada conjunta
Por: Felipe Cardoso
“Estando no União Brasil, estou no MDB. Estando no MDB, estou no União Brasil”, a declaração foi dada pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Bruno Peixoto, durante passagem pelo jornal O HOJE, em 26 de junho. O que se observa, porém, é que a analogia não reflete tão somente um sentimento pessoal do político, e sim uma aliança político-partidária que deve trazer reflexos significativos para as eleições do ano que vem.
Durante a mesma entrevista, Bruno foi além. Ele disse que sua ida para o MDB foi resultado de um acordo entre ele, Daniel Vilela, presidente do partido e vice-governador goiano, e, claro, o governador do Estado, Ronaldo Caiado (UB). “Hoje, temos uma construção em Goiás: União e MDB. Sinto a sinergia dos dois partidos”, complementou.
Na esteira da declaração de Peixoto, lideranças de todo o estado não titubeiam ao afirmar que ambas as siglas levarão para o pleito de 2024 uma parceria invejável. A leitura é que onde houver candidaturas das duas siglas, haverá, também, um intenso diálogo em busca de uma caminhada conjunta. “Encontraremos um consenso. Quem estiver melhor avaliado vai para a cabeça de chapa. O outro fica com a vice”, explicou um emedebista.
A dobradinha foi confirmada também pelo presidente da legenda em Goiânia, vereador Henrique Alves (MDB). Segundo o legislador, a tentativa será, sempre, rumo à caminhada conjunta.
“O Daniel tem uma excelente relação com o governador Ronaldo Caiado. Não haverá queda de braço. Trabalharemos por candidaturas únicas não só aqui na capital, como em Aparecida e nos demais municípios do estado. Sem dúvidas chegaremos, na maioria absoluta dos casos, a um denominador comum”.
Em regiões específicas do estado, porém, a situação se revela complicada. É o caso, por exemplo, de Mineiros, município localizado na região sudoeste de Goiás. Conforme mostrado pela reportagem do O HOJE na edição da última quarta-feira, 12, o atual prefeito da cidade, Aleomar Rezende (MDB), buscará a reeleição.
Em paralelo, um grupo político trabalha pela construção de um projeto de oposição ao atual gestor. Esse grupo atualmente é liderado pelo ex-governador goiano Agenor Rezende. Sua filha, a deputada estadual Rosângela Rezende (Agir), porém, é uma importante peça do time de Ronaldo Caiado na Alego. E mais: é cotada ir às urnas como representante legítima da oposição ao atual prefeito.
O MDB, claro, vai querer manter o poder concentrado nas mãos do partido na cidade. De que lado ficará o governador nessa história, só o tempo dirá. O que se sabe, porém, é que não há possibilidade de unir as forças historicamente antagônicas.
Nos bastidores, a informação é que um embaraço também é esperado em Cristalina. Rio Verde se revela um outro desafio. Acontece que o ex-presidente da Alego, Lissauer Vieira (PSD), pode mergulhar na disputa contra um indicado de Paulo do Vale (UB), atual prefeito e ex-emedebista.
Em todos esses casos, porém, a esperança é de que tudo se ajeite até outubro deste ano, onde sinalizações mais claras virão. Nunca é demais lembrar que conforme mostrado Conforme mostrado pela Xadrez, os mais atentos à política goiana já perceberam que ele, paulatinamente, Caiado tem delegado ao seu vice missões estratégicas. Mais do que aliados, o gesto galvaniza uma aliança construída passo a passo pelos dois. A experiência parlamentar de Caiado tem sido escola para Daniel nas tratativas políticas. O emedebista, por sua vez, tem correspondido às expectativas do governo, apesar do longo caminho a percorrer.