Nome lançado por Caiado na disputa por Goiânia pode ter bênção de Bolsonaro

Ex-presidente disse que poderia apoiar para o Paço um nome da base do governador. “Não necessariamente do PL”

Postado em: 18-07-2023 às 08h30
Por: Francisco Costa
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Ex-presidente disse que poderia apoiar para o Paço um nome da base do governador. “Não necessariamente do PL” | Foto: Allan Santos/PR

Um player importante pode impactar a corrida pela prefeitura de Goiânia. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante a passagem pela capital, no último fim de semana, o político disse que poderia apoiar para o paço municipal um nome da base do governador Ronaldo Caiado (União). “Não precisa ser necessariamente do PL”, disse à jornalistas.

Neste momento, o governador ainda não se envolve no pleito da capital, o que naturalmente deve acontecer mais perto da eleição. Contudo, alguns nomes poderiam ter a bênção de Caiado e até já gostariam de ter.

Atual prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos) é um deles. O prefeito tenta viabilizar sua reeleição e já garantiu apoios importantes, como o do Progressistas (PP), do presidente da Agência Goiana de Habitação, Alexandre Baldy. O PP é da base caiadista.

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Mas não só, legendas como Avante, Brasil 35 (PMB), DC, Solidariedade e PRTB também caminham com o prefeito. O PDT também deve fechar em agosto, conforme relatado com o presidente estadual, George Morais. Outra sigla expressiva que apoia a gestão estadual. 

Mas ainda sobre os nomes que Caiado pode endossar, estão aqueles do União Brasil. A legenda tem o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto, mas também os deputados federais Zacharias Calil e Silvye Alves, além do presidente do Detran-GO, Delegado Waldir. 

O primeiro parece mais interessado na disputa. Poderia, inclusive, fazer uma dobradinha com o presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota). É o que dizem conversas de bastidores, pelo menos. 

Há, ainda, quem diga que o desejo do governador seria o de apoiar Ana Paula Rezende (MDB), a filha do ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende. Além de figura por quem nutre carinho, é filiada ao MDB do vice-governador Daniel Vilela. 

Pelo PL de Bolsonaro, também há nomes. O deputado federal Gustavo Gayer é um deles. Outro seria o ex-deputado Major Vitor Hugo – que está entre Goiânia e Anápolis –, que também disputou o governo de Goiás e recentemente se aproximou de Caiado. Aqui há um “porém”: Wilder Morais é ventilado como possibilidade na disputa ao governo, podendo rivalizar com Daniel. O alinhamento, neste caso, teria que ser “bem conversado”.

Por outro lado, há nomes alinhados com Bolsonaro, mas distantes do governador. Por exemplo, o senador Vanderlan Cardoso (PSD). Ele teve o apoio de Caiado para a prefeitura, em 2020, mas se afastou do Chefe do Executivo quando este se aproximou de Daniel Vilela. Em 2022, o congressista apoiou a chapa do PL, liderada por Vitor Hugo. 

Bolsonaro e Caiado

Bolsonaro chegou em Goiânia na sexta (14) para cuidar dos dentes. Dormiu no Palácio das Esmeraldas, casa do governador, e ficou na cidade durante o sábado (15). O ex-presidente está inelegível, mas como ele mesmo diz, não está morto.

Tem força. Capilaridade eleitoral. Boa parte dos governadores quer essas bases e deverá buscar ocupar o vácuo de poder deixado por Bolsonaro. Caiado não é diferente. O governador de Goiás está em seu segundo mandato e já disse que irá se desincompatibilizar no primeiro semestre de 2026 para nova disputa. Possivelmente à presidência.

Caiado tem feito o dever de casa. Suas posições, seja na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ou sobre a reforma tributária (único governador contrário), têm lhe dado espaço na mídia nacional. Goiás, do ponto de vista eleitoral, é muito pequeno. Então, ele precisa de mais. 

Nesse sentido, o apoio de Bolsonaro pode lhe dar uma vantagem. Apesar dos altos de baixos no relacionamento – sobretudo durante a pandemia da Covid-19 –, o ex-presidente sempre verbalizou admiração a Caiado. Ponto positivo. 

A questão é que o goiano não é o único a querer esse apoio. Mais explícito, pelo menos dois nomes estão no páreo: o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o chefe do Executivo do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Claro, Bolsonaro ainda sonha em reverter a inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Assim, pode disputar a presidência ou, estando menos otimista, o Senado. Mas se ficar de fora, deve optar por apoiar algum nome da direita. Ou não.

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