Progressistas goianos divergem sobre adesão ao governo Lula

Entrada ocorre por meio do presidente da Câmara, Arthur Lira, e não pelo próprio partido, garante Ciro Nogueira

Postado em: 19-07-2023 às 08h30
Por: Francisco Costa
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Deputados goianos divergem opiniões | Foto: José Cruz/Agência Brasil

O Progressistas (PP) dá indicativos de aproximação com o governo federal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre os articuladores está o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL). Já os contrários, o presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira, e também o líder na legenda em Goiás, Alexandre Baldy. Já os deputados goianos têm opiniões diferentes. 

O deputado federal José Nelto já disse à imprensa que o próprio Lula convidou o os Progressistas a participarem da gestão, uma vez que a legenda tem entregado mais votos que algumas siglas que ocupam ministérios. “Nós entregamos 90% dos votos necessários para aprovação das principais votações até aqui”, disse ao Mais Goiás.

Ainda segundo ele, a adesão seria pelo Brasil. O Jornal O Hoje também tentou contato telefônico com o parlamentar, mas o mesmo não atendeu as ligações.

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Por outro lado, Adriano do Baldy conversou com o veículo de comunicação. Mais esquivo, ele disse que não foi procurado e reforçou que não acompanha as movimentações do processo. Declarou, também, que não possui qualquer benefício do governo federal e que irá seguir a liderança da legenda.

“Não houve nenhuma tratativa comigo. Nem por parte do partido e nem por parte do governo. Além disso, ainda é cedo para ver se este é o governo que o povo precisa. Então, acho difícil dizer se sou a favor da adesão”, declarou ao jornal O Hoje. 

Ainda assim, tanto ele quanto Nelto têm votado com o governo em pautas importantes. A última delas, a reforma tributária. Dos 17 deputados por Goiás, oito foram favoráveis, inclusive os progressistas. A matéria agora está no Senado. 

PP goiano

Presidente do PP em Goiás, Alexandre Baldy também falou brevemente com a equipe de reportagem. Ele diz que seu posicionamento está alinhado com o do senador Ciro Nogueira, que é contra a adesão. “Minha opinião é seguir o líder, o nosso Presidente Ciro Nogueira.”

Vale lembrar, no passado, o próprio Baldy foi citado como possível indicação do PP para compor com o governo Lula. A situação não foi para frente. O atual presidente da Agência Goiana de Habitação (Agehab) foi ministro das Cidades no governo de Michel Temer (MDB). De fato, o Progressistas é um partido que sempre esteve nas fileiras dos chefes do Executivo. A oposição é novidade.

Ciro Nogueira

Senador e presidente do Progressistas, Ciro Nogueira diz que o partido não poderia aderir ao governo Lula por respeito ao ex-presidente Bolsonaro. Em entrevista à revista Veja, o congressista afirmou que não iria trair o ex-mandatário do País, mas que gosta muito do petista.

“É o seguinte: eu gosto muito do Lula, eu sei que ele gosta muito de mim. Ele não vai querer encontrar para bater papo comigo. Ele vai querer encontrar para que eu apoie o governo e apoie o projeto futuro dele. Eu não vou fazer isso, eu não vou trair o presidente Bolsonaro. Então, eu prefiro não encontrar o presidente do que dizer um ‘não’ a ele.”

Apesar disso, Nogueira aponta que não criará nenhuma barreira ao movimento de deputados do partido que querem apoiar o governo. “O que está ocorrendo é que a bancada da Câmara quer indicar o cargo [ministro]. Aí vai ser uma indicação total, talvez com a chancela do Arthur [Lira], do grupo que apoia o governo na Câmara. Mas jamais com a minha chancela”, ressaltou, ainda, à revista.

E completou: “Eu não vou vetar, nem proibir, nem nada disso. Agora, existe uma coisa bem clara: não falem em nome do partido. Aí eu vou ter de reagir. Não podemos jamais dizer que o partido vai apoiar o PT, que está indicando cargos, porque não está. Esse processo se dá pelo Arthur.”

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