Convenções afunilam pré-candidatos

As reuniões dos partidos políticos acontecem neste de fim de semana para algumas legendas, mas prazo final para escolha de chapa é 5 de agosto

Postado em: 20-07-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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As reuniões dos partidos políticos acontecem neste de fim de semana para algumas legendas, mas prazo final para escolha de chapa é 5 de agosto

O pedetista Ciro Gomes vai ter seu nome confirmado hoje ao Planalto na Convenção do PDT

Rafael Oliveira

Faltam duas semanas para os partidos políticos realizarem as convenções a fim de alinhar as chapas presidenciais e estaduais. O registro dos candidatos deve ser feito até o dia 15 de agosto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os nomes para disputar a presidência e a vice têm que ser aprovados até o dia 5 de agosto. Mas, o esboço de coligações ainda está indefinido e as legendas parece não se entenderem. 

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Neste momento, existem 18 pré-candidatos ao Palácio do Planalto.Esse número já foi superior a 20 – alguns desistiram no meio do caminho, outros foram barrados pelos próprios partidos políticos. O total de candidatos poderá ser menor após as convenções. Alguns partidos, como o DEM, o Solidariedade e o PCdoB, são provocados a desistir da candidatura própria para apoiar chapas mais competitivas, como o Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB).

O quadro de indefinição, segundo o cientista político Leonardo Barreto (DF), se deve a fatores diversos, começando pelo fato de o Palácio do Planalto não estar influenciando o processo eleitoral. “Quando o Executivo está forte, tentando a reeleição ou fazer o sucessor, a tendência é que a coligação governista seja reproduzida, a oposição se organize e até surja a terceira via. Neste ano, o governo não tem um candidato forte nem colocou peso no candidato da oposição. Isso levou à pulverização de candidaturas”, argumentou.

Neste cenário com vários candidatos, avaliou Barreto, até agora nenhum nome empolgou nem se apresentou como favorito, o que cria dificuldades para os partidos se posicionarem, pois todos querem apostar em alguém com chances de vitória. Além disso, os partidos querem ter claro o papel que exercerão no futuro governo. “Todos esses fatores levam ao quadro de barata voa nas convenções”, afirmou.

Articulações

Três partidos – PDT, PSC e PCB – têm reuniões marcadas para hoje. Em Brasília, os convencionais do PDT e do PSC vão decidir se confirmam as candidaturas de Ciro Gomes e Paulo Rabello de Castro, respectivamente. Ciro e Rabello ainda não têm nomes para vice. O PCB se reunirá no Rio de Janeiro, mas não terá candidato próprio na eleição presidencial de outubro.

Neste sábado (21), será o dia de PSOL, PMN e Avante realizarem suas convenções. PMN e Avante tendem a não ter candidaturas próprias, enquanto o PSOL deve confirmar a chapa Guilherme Boulos e Sônia Guajajara. 

Domingo (22), o PSL se reúne no Rio de Janeiro para debater a candidatura do deputado Jair Bolsonaro, as alianças possíveis e o nome do vice.

Conforme Barreto, a partir das convenções, as articulações políticas para formação das alianças nacionais deverão se afunilar, com vantagem para os maiores partidos que têm “mais meios de troca”. Ou seja, as negociações vão levar em conta o tempo de televisão que pode ser agregado nas disputas estaduais, os recursos para financiamento das campanhas, as bancadas de deputados federais e estaduais e o total de prefeitos, que são cabos eleitorais decisivos nas eleições. 

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