Com Gracinha candidata, goianos poderão brigar por única vaga

Há ainda muito até as eleições gerais em 2026. Porém, já é possível ver as primeiras pinceladas da pintura desse cenário político. O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) nunca escondeu o sonho de ser o nome da direita para disputar, outra vez, a cadeira da presidência da República. Os primeiros passos foi utilizar, por exemplo, de sua oposição ao texto da reforma tributária para se destacar nacionalmente e sobressair da tradicional política Café com Leite (São Paulo e Minas Gerais) que costuma viabilizar os candidatos para a disputa ao maior posto político do país. 

Vale ressaltar que Caiado é o governador mais bem avaliado do país, segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas, com 76,6% aprovação dos eleitores, podendo bater Lula no pleito em Goiás.

Caso Tarcísio, governador de São Paulo e provável candidato,  siga seu plano já anunciado de não concorrer ao Palácio do Planalto e, em paralelo, o governador de Minas, Romeu Zema, continue se atrapalhando em pronunciamentos polêmicos, o caminho estará aberto para Caiado. Dessa forma, o chefe Executivo de Goiás tende a não disputar o Senado, por onde atuou entre 2015 e 2018, e que costuma abrigar muitos ex-governadores. Vale ressaltar que em 2026 será o ano em que a Casa Alta do Congresso terá duas cadeiras disponíveis. 

O nome para o Senado

O nome já “agraciado” por muitos é o da primeira-dama de Goiás, Gracinha Caiado (União Brasil), que ainda não deu seus passos na política, mas vem se fortalecendo nos últimos eventos em que participou. Isso ficou ainda mais evidente durante o 2º Encontro de Primeiras-Damas do Estado de Goiás, com a presença de aproximadamente 600 autoridades e técnicos de mais de 200 municípios, entre primeiras-damas, prefeitas, prefeitos, gestores e trabalhadores de assistência social.

A cientista política Ludmila Rosa acredita que é pouco provável que o governador goiano afaste o sobrenome ‘Caiado’ das eleições locais, e assim, lutará para que Gracinha seja competitiva. “O nome que mais e melhor projetado para dar sequência à tradição caiadista na política regional é o de Gracinha Caiado. Não à toa, já há quem crave que não se trata apenas de um palpite, mas de uma resolução atualmente já construída. Nenhum grupo político se ausenta do poder, deliberadamente. Podendo seguir nele, seguirá.”, disse Ludmila

Na mesma linha, segue a opinião do cientista político Pedro Pietrafesa, que avalia a candidatura de Gracinha como “forte”. Para o especialista, caso a primeira-dama se concretize na disputa, o cenário será parecido ao das eleições de 2022, quando havia apenas uma vaga para o Senado e os partidos de apoio de Caiado tiveram suas candidaturas “fragmentadas” pela quantidade de concorrentes.

“No caso do apoio à esposa dele [Gracinha], será compreensível para os seus aliados políticos. Um grande problema é ele trabalhar mais ou menos para outros políticos, que não seja a esposa dele. Isso, meio que está subentendido e pode gerar ruído caso adote uma postura de apoio mais incisivo para um candidato de determinado partido, da base de apoio. Poderá gerar algum ruído até para a construção da permanência desse projeto político que ele está liderando, se quiser que continue perene no tempo”, disse Pedro Pietrafesa.