Deputadas divergem sobre base e oposição governista

Bia de Lima (PT) e Zeli Fritsche (UB) respondem matéria publicada pelo O Hoje que apontou baixo desempenho feminino na atual legislatura

Postado em: 24-08-2023 às 08h30
Por: Rodrigo Melo
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Bia de Lima (PT) e Zeli Fritsche (UB) respondem matéria publicada pelo O Hoje que apontou baixo desempenho feminino na atual legislatura. | Foto: Sérgio Rocha/Alego

O jornal O Hoje publicou na última segunda-feira (21) que o desempenho das deputadas estaduais de Goiás tem sido considerado “muito aquém” se comparada a última legislatura. Uma fonte ligada à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) considerou que o protagonismo de Lêda Borges (PSDB) e Adriana Accorsi (PT), na época estaduais, ocorreu por serem de oposição ao governador Ronaldo Caiado (UB). No entanto, com dobro no número de representantes na bancada feminina na atual legislatura, a atuação tem sido baixa.

“Para a política mais tradicional, mais municipalista, ajudaria e ajuda. Mas para a consolidação de um mandato mais atuante, fiscalizador, que traga pautas conservadoramente abafadas, isso atrapalha”, argumentou, ao considerar que entre as deputadas, três são da base caiadista.

A reportagem conseguiu entrevistar as deputadas Vivian Naves (PP) e Rosângela Rezende (Agir) e abriu espaço para que Bia de Lima (PT) e Zeli Fritsche (UB) pudessem dar os seus esclarecimentos.

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Em resposta, a deputada Bia de Lima, única de oposição do grupo feminino, declarou que “sem querer comparar a ninguém, nem as outras deputadas”, não há nenhuma parlamentar que tem trabalhado e usado a tribuna mais do que ela. Para Bia, o seu papel é de cobrar e não defender o governo do Estado.

“A característica do parlamento é o debate, a discussão, o levantamento de proposta de defesa de ideias. É nesse campo que eu faço um desafio: difícil ter alguém que atua mais do que eu nesse campo. Eu não cheguei para ficar meia boca, para fazer mais ou menos, para só levantar crachá. A diferença é debatendo a matéria, discutindo pontos polêmicos, fazendo enfrentamento político, a defesa de pautas difíceis e polêmicas”, afirmou.

Com foco em educação, a deputada disse que também tempropor pautas abrangentes, como infraestrutura, emprego e renda. Dos 30 projetos apresentados, quatro são voltadas a população feminina. Ela defende como principal a proposta que assegura às mulheres o direito de terem acompanhante durante consultas e exames que exigem sedação.

Para Bia, além do baixo número representantes femininas na Alego, elas ainda possuem um grande desafio de ocupar os espaços que atualmente é predominantemente preenchido por homens.

“A política é um espaço muito machista. Quando chegam as mulheres e somos tão poucas, há uma diferença e uma dificuldade de atuação, de demarcação de território. Então nós estamos lá para cumprir esse papel de mostrar o compromisso, a capacidade e a competência das mulheres. Acho que isso todas nós buscando fazer.”, alegou.

Conhecer o território

À reportagem, a deputada Zeli Fritsche considerou que seus primeiros seis meses de mandato foi para “conhecer o território” e depois propor investimentos para o Entorno do DF, sua base eleitoral.

“Assim como um bom universitário quando entra na faculdade, que primeiro quer conhecer o terreno e os colegas, eu calmamente fiz isto. E avançou a minha presença aqui, fez a diferença para o meu Entorno. Conseguimos aprovar a lei dando a preferência ao diabético para fazer exames, tanto em laboratórios particulares como públicos. Conseguimos também levar o juizado da violência contra a família para Valparaíso.Também fiz um pedido da instalação da delegacia da mulher em Cidade Ocidental e Cristalina. Assim a gente vai avançando, mas muito consciente das limitações de um governo.”

Facilidade 

Para Zeli, ser de oposição “é mais fácil” predominar os debates “porque você pode subir na tribuna e só apontar o que não foi feito. É o que acontece hoje com a oposição atual”. No entanto, conforme a deputada, “tem sido fácil estar ao lado do governador”.

“Tem sido fácil estar ao lado do governador,porque ele, desde o primeiro mandato, se mostrou presente no Entorno e em todas as cidades do Goiás. É um governo responsável. Então vamos ver o que tem de positivo no governo Ronaldo Caiado. Falta muito? Falta! Mas que ele botou esse Goiás nos eixos.”, considerou a parlamentar.

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