“Mensagem de desinteresse na disputa”, diz emedebista sobre ausência de Ana Paula em eventos

A filiação do prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano, ao MDB aconteceu na última quinta-feira (24), mas ainda está rendendo. O encontro festivo reuniu emedebistas importantes, como o vice-governador e presidente estadual da legenda, Daniel Vilela, e o presidente nacional da sigla e deputado federal, Baleia Rossi. Contudo, a ausência de Ana Paula Rezende chamou atenção e também enviou um recado, segundo um correligionário: desinteresse.

Um emedebista disse ao Jornal O Hoje que, se a filha do ex-prefeito de Goiânia e ex-governador de Goiás quisesse realmente disputar a prefeitura de Goiânia, teria ido ao evento. “A mensagem que passa é que não está muito interessada em política.”

Ele lembra que Vilmar é prefeito de Aparecida e nome à reeleição. “Uma candidatura do MDB em Aparecida não pode ser ignorada por um emedebista da capital [especialmente, porque esta ocorreu em Goiânia]. São cidades vizinhas e Aparecida tem muita influência em Goiânia. É uma demonstração clara de que não está interessada no páreo.”

Ao Jornal Opção, Ana Paula disse que não foi convidada para o evento. “Acho que eles esqueceram mesmo”, afirmou. Na mesma data, ela também não participou da inauguração do escritório político da deputada federal Marussa Boldrin, no setor Sul. Neste segundo, contudo, foi citada pelo presidente Baleia Rossi. Sobre o páreo em Goiânia, ele disse: “É Ana Paula ou Mendanha.”

Não confirma

De fato, a filha do ex-prefeito de Goiânia tem evitado falar sobre candidatura. É sempre cedo, nunca é hora. Há quem diga – inclusive ao Jornal O Hoje, em algumas ocasiões – que ela já teria desistido. “Falta apenas oficializar”, complementa. 

No dia 10 deste mês, ela discursou ao lado do vice-governador Daniel Vilela em evento de posse das comissões do MDB. Na ocasião, os presentes clamavam por uma luz e incitavam: “Prefeita! Prefeita!”

“O momento é de plantar para depois colher”, disse ela sem atender aos pedidos dos presentes. Ainda assim, Ana enfatizou a responsabilidade que carrega, assim como Daniel. “Temos a difícil missão de perpetuar o legado dos nossos pais, mas estamos dispostos a encontrar um representante para o nosso município.”

Mas reconheceu e agradeceu as homenagens. “Recebo todo esse carinho, esse respeito, como uma homenagem ao meu pai e a minha mãe, Dona Iris, uma mulher que abriu caminhos para que outras mulheres, hoje, pudessem ocupar espaços na política”, declarou.

“Está certa”

Cientista político e professor, Guilherme de Carvalho vê a postura de Ana Paula como certa. De acordo com ele, o partido dá demonstrações que o candidato preferencial é o ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (Patriota, rumo ao MDB). Este, contudo, ainda depende de consulta e autorização da Justiça.

Além disso, ele cita que ainda não se sabe, com certeza, como será a postura do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) em relação a Goiânia. “Ela não está se impondo, pois não tem como se impor. Falta definição de Mendanha e de Caiado.”

Ele destaca, ainda, que, se Ana Paula for utilizar o legado do pai, o ex-prefeito Iris Rezende, só irá anunciar na véspera. “Iris trabalhava nos bastidores e anunciava na convenção. Então, acho que ainda vai demorar um pouco até ela se manifestar.”

Para Guilherme, confirmar muito cedo é “queimar largada”. “Perde a oportunidade de barganhar, possibilidades de construção de alianças… a estratégia de ficar no ‘fundo do ônibus’ é acertada. Não aparecer, não se impor.” Segundo o cientista político, se chegar o momento que Ana é a única candidata viável, aí ela poderá ditar os termos. “Jogada mais certa”, observou.