Márcio Correa se consolida como o antagonista de Antônio Gomide

A disputa eleitoral do ano que vem em Anápolis já tem dois nomes que podem polarizar uma das disputas mais competitivas dos últimos anos, sobretudo depois da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): o também petista deputado estadual Antônio Gomide e o, até momento, mais ascendente representante da direita bolsonarista, o deputado federal Márcio Correia (MDB). 

O emedebista assumiu, por tempo determinado, alguns meses, o lugar de Célio Silveira na Câmara dos Deputados. Com a credencial de parlamentar – primeiro mandato de algum cargo público que ocupa -, Correa tem buscado capilaridade política, inclusive, fora das fronteiras brasileiras. Ele esteve recentemente com o presidente eleito da Argentina Javier Milei. Apareceu sorridente ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

O burburinho na política de Anápolis cerca, não de hoje, Correa, que é o presidente municipal do MDB. O homem de confiança de Daniel Vilela na cidade, reduto eleitoral extremamente relevante, inclusive, para o governador Ronaldo Caiado, que é de lá. 

Em uma posição confortável, já que o presidente do MDB goiano, Daniel Vilela, garantiu, em entrevista ao Portal 6 meses atrás, que Correa é pré-candidato e tem autonomia para tomar decisões. 

Não tem muito tempo que, em entrevista para o jornal O Hoje, Márcio Correa reconheceu que está à disposição da sigla para a disputa, mas que aguarda pesquisas – embora já circule na cidade a informação de que é favorito na corrida eleitoral – e deve seguir alguns ritos comuns na política partidária. 

“No próximo semestre vamos ter encontros com o partido e com o grupo político nosso, para compreender o cenário. É natural meu nome ser lembrado, pela votação que tive na eleição de 2020 e por ter ajudado a eleger a maior bancada de vereadores da cidade”, apontou ele. 

A respeito de como ele pretende furar algumas bolhas, como o fantasma da força do PT – leia-se Antônio Gomide. “Depende da nossa capacidade de articular. O momento é oportuno para disputar. A gente vai trabalhar bastante para definir o projeto do MDB nas eleições. É oportuno e natural o partido ter candidatura própria porque conhece os problemas das cidades”, afirmou ele, que titubeou: “mas é preciso conversar”. “A gente encomendou pesquisas para entender o que pensa o eleitor de Anápolis e deve ter essas informações no segundo semestre”.  

Na mesma entrevista, apontou alguns erros do prefeito Roberto Naves. À época, contudo, Naves talvez não sonhasse que ganharia um protagonismo tão grande ao se tornar presidente estadual do Republicanos do deputado federal e vice-presidente da Câmara Federal, Marcos Pereira (intrinsecamente ligado à Igreja Universal de Edir Macedo). 

E vai ser justamente com este grupo, que vai ter de ter o ex-deputado federal e ex-candidato ao governo Major Vitor Hugo – um dos homens de confiança de Bolsonaro em Goiás – para colocar na mesa as estratégias para derrotar, por enquanto, um dos favoritos para vencer a eleição para a prefeitura de Anápolis ano que vem: Antônio Gomide. 

Naquela mesma entrevista ao O Hoje, Correa chegou a comentar a expectativa sobre o nome do deputado estadual e ex-prefeito do PT Antônio Gomide.  Márcio Correa afirmou que não se preocupava com a popularidade do petista, confiando no fato de que a cidade é vista como conservadora, com tendência ao antipetismo, que naufragou o projeto do partido de Lula de retornar à prefeitura na última eleição para prefeito. 

“Em 2020 eu tinha 4% das intenções de votos e tive quatro vezes mais votos, bem próximo do Gomide. Temos propostas para apresentar”, comentou ele, que tem apoio de médicos renomados da cidade.