No aniversário de 57 anos, Vilmar evita tratar de política

Nos bastidores, por outro lado, não se falava em outra coisa: Vilmar e o projeto de reeleição

Postado em: 18-12-2023 às 08h46
Por: Yago Sales
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Nos bastidores, por outro lado, não se falava em outra coisa: Vilmar e o projeto de reeleição | Foto: José Allaesse

Dois vereadores cochichavam qualquer coisa sobre a felicidade de Vilmar Mariano ante à recepção dos aparecidenses à sua festa de aniversário de 57 anos neste domingo (17), em uma concentração animada em uma avenida do Setor Alto Paraíso. Bem em frente, inclusive, da casa do ex-prefeito de Aparecida, José Macedo – ele discursou animadamente, declarando apoio ao atual chefe do executivo ao projeto de reeleição do ano que vem. 

A festa de aniversário, como é comum para políticos às vésperas de eleições, se converte em um verdadeiro palanque. E não poderia ser diferente. Todos, sem exceção, aproveitam para, entregar parabéns, declarar apoio e repetir cronogramas de obras. 

Vilmarzinho, no entanto, foi mais discreto, o que não surpreende por ser econômico nas palavras. Gosta mesmo é de acenar ao eleitorado, abraçar aliados e receber orações. Pelo menos dois religiosos, após lembrar aos presentes da missão eleitoral do ano que vem, pediram proteção a Deus pelo aniversário e repetiram Provérbios 29:2: “Quando os justos governam (nas duas vezes em que foi lembrado o sujeito foi falado no singular), o povo se alegra”. Eles, contudo, deixaram para lá a parte dois do Provérbios 29:2, que devem se lembrar quando a campanha estiver pegando fogo em 2024: “quando os perversos estão no poder, o povo geme”.

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No palanque, o ex-deputado federal Chico Abreu, que abre sua pequena mansão na Vila Brasília para reuniões de diversas lideranças partidárias para discutir Aparecida entra ano sai ano, também parece otimista com o projeto de reeleição de Vilmarzinho. O vozeirão ali é o que mais lembra do perfil do político que usa a própria voz para mostrar a que veio – como nos comícios da década de 1990. Declara apoio no gogó mesmo.

Gustavo Mendanha era muito esperado na festança do sucessor, mas não apareceu. Nem Caiado. Nem Daniel Vilela. Mas apareceu, para representar o staff do Palácio das Esmeraldas, uma figura importante do governo em Aparecida, Euler Morais, que, também, destacou a importância de garantir a continuidade do governo de Vilmar Mariano.

Perguntado se sai da festa mais motivado, ele foi categórico, em entrevista exclusiva ao jornal O Hoje, ainda em cima do palco. “Eu nunca perdi a motivação tanto é que estou trabalhando na cidade inteira. Ano que vem vou tratar de política, este ano estou tratando de gestão e fazendo trabalho de excelência”, afirma. “Receber essas pessoas aqui não tem peso político, é o carinho das pessoas retribuindo. É isso que me deixa feliz”. 

Sobre a ausência de Gustavo Mendanha, Vilmar parece ressentido. “Ele foi convidado não veio porque achou que não devia ter vindo. Convite eu fiz, não veio, o problema é dele”, disse, antes de ser abraçado por um líder comunitário para uma selfie. 

Um secretário passou pelo repórter e, discretamente, soprou: “fica de olho no Isaac”. Issac Martins, que é líder do prefeito na Câmara Municipal de Vereadores, é o mais empenhado em chamar atenção nesta pré-campanha: quer ser o vice de Vilmarzinho. “E tem chances. Faz tudo o que o prefeito pede como bom líder”, provoca um vereador que, mesmo no palanque, lista algumas insatisfações à gestão. 

“Se quiser se reeleger, Vilmarzinho tem que correr a cidade”, critica ele, batendo o segundo parabéns sob o sol escaldante enquanto o povo comia arroz carreteiro e bebia coca-cola ou guaraná. Depois de abraçar o prefeito, o mesmo vereador comenta: “Com toda essa gente ele nem deve ter sentido falta do Mendanha”.

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