Debate esquenta no tema corrupção

Adversários do governador tucano o atacaram sobre a prisão de Jayme Rincón em várias perguntas; saúde, transporte e educação marcaram embate

Postado em: 29-09-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Adversários do governador tucano o atacaram sobre a prisão de Jayme Rincón em várias perguntas; saúde, transporte e educação marcaram embate

Rafael Oliveira*

Os cinco candidatos ao governo de Goiás mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto participaram de debate entre si na TV Record ontem a noite a fim de levarem suas propostas aos eleitores. O tema corrupção esquentou o debate quase no fim do primeiro bloco. Os demais adversários do governador José Eliton (PSDB) o questionaram sobre a prisão preventiva do ex-presidente da Agetop, Jayme Rincó, ocorrida nesta sexta-feira. 

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O candidato socialista Weslei Garcia provocou Eliton ao perguntar se ele teria visitado Rincón na sede da Polícia Federal em Goiânia. “Essa pergunta deveria ser dirigida aos advogados dele. A operação da Polícia Federal diz respeito a fatos antigos e não está ligada ao meu governo nem a campanha”, defendeu-se o governador. 

Na primeira rodada, os candidatos tiveram oportunidade de formular perguntas uns aos outros. O primeiro candidato a perguntar foi o governador José Eliton (PSDB), que direcionou seu questionamento sobre a educação no Estado e a ampliação dos colégios militares ao senador Ronaldo Caiado, candidato pelo DEM. Por sua vez, Caiado manifestou a intenção de manter o modelo militar nas escolas estaduais e prometeu ampliá-lo, principalmente, em locais de alto risco de vulnerabilidade social, como regiões marcadas por presença do narcotráfico. Em réplica a Caiado, o candidato tucano afirmou que o democrata só fala o que lhe convém, e em assuntos que não entende, só fica pestanejando. Eliton disse que as escolas militares são referenciais dos governos tucanos no Palácio e, devido à gestão, a nota de Goiás no IDEB atingiu uma das mais altas do Brasil. Em tréplica, Caiado afirmou que “palavra dita é palavra cumprida” e que buscará o melhor modelo para o estado. 

Em seguida, Caiado se dirigiu a candidata do PT, Kátia Maria, e a inquiriu sobre a situação da saúde no estado, segundo ele, “calamitosa”. A pergunta permeou as propostas da petista para a área e se manteria o modelo de gestão administrado por Organizações Sociais (OSs). “Esse governo mantém um modelo fracassado administrado por OSs e elas não servem. Quero reestruturar o Sistema Único de Saúde para reorganizar esse quadro”, respondeu Kátia Maria. 

Na tréplica, Caiado disse estar preocupado com um governo que deixa a saúde chegar ao colapso, com a interferência do Ministério do Trabalho nas atividades do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) e a situação do Hospital Materno Infantil. Segundo Caiado, os citados hospitais foram autuados por não oferecer condições mínimas de atendimento a pacientes e baixos estoques de medicamentos e materiais. Ao comentar a resposta do democrata, Kátia Maria afirmou que precisaria mexer na saúde para mudar a realidade apontada por Caiado. “As estruturas precisam trabalhar para atender o cidadão com mais eficiência”, disse Kátia. A candidata petista não mencionou o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a frequência que havia feito anteriormente.

Ações integradas

Em novo momento do debate, Kátia perguntou a Daniel Vilela como seriam as ações integradas de seu possível governo. 

Daniel prometeu implementar um modelo de gestão contemporânea e moderna, que inclui a valorização do servidor público. Nesse projeto, segundo Daniel, os servidores públicos estaduais com mais qualificação ocupariam 50% das vagas de chefia nos órgãos e autarquias públicas. Ao comentar a resposta de Daniel, a petista pretende articular os trabalhos entre as secretarias estaduais para gastar menos dinheiro público e melhorar os serviços prestados aos cidadãos. 

Em determinado momento, as perguntas se concentraram em propostas e soluções ao Entorno do Distrito Federal, grande reduto eleitoral. O candidato Daniel Vilela questionou Weslei Garcia, morador de Valparaíso de Goiás, sobre propostas às cidades que pertencem a essa região. De pronto, Weslei Garcia criticou a postura política de Daniel de comparecer à região apenas de quatro em quatro anos, nas eleições. “O senhor não bebe nem a água do Entorno, que manda comprar fora. Visita as cidades apenas de jatinho particular. O senhor não pode falar do Entorno. Seu partido nunca fez nada por lá. Prometeram ônibus a um real e nunca cumpriram”, afirmou o socialista. Como proposta efetiva, Weslei quer melhorar e reformar a linha férrea entre Luziânia a Brasília. (*Especial para O hoje) 

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