Rejeição de Naves pode influir na candidatura da base em Anápolis

Pesquisas sugerem que o prefeito conta com baixa aprovação entre os anapolinos, o que pode prejudicar nome escolhido para sucessão

Postado em: 26-12-2023 às 08h59
Por: Gabriel Neves Matos
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Pesquisas sugerem que o prefeito conta com baixa aprovação entre os anapolinos, o que pode prejudicar nome escolhido para sucessão | Foto: Reprodução

O prefeito de Anápolis e presidente do Republicanos em Goiás, Roberto Naves, pode ter dificuldades para emplacar um sucessor na prefeitura do município que comanda nas eleições do ano que vem. 

Conforme mostrado pelo jornal O Hoje nesta semana, a menos de um ano das eleições municipais, a cidade de Anápolis já conta com pelo menos quatro nomes cotados para a pré-candidatura à prefeitura. São eles: o deputado federal, Márcio Correa (MDB), o deputado estadual e ex-prefeito Antônio Gomide (PT), o ex-deputado federal Major Vitor Hugo (PL) e o vice-prefeito Márcio Cândido (PSD). 

Caso se confirme a candidatura, Cândido, inclusive, deve concorrer com o apoio de Naves. Pastor da Igreja Universal, ele conta com prestígio no meio religioso e também na cidade.

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Segundo informações de bastidores, Naves chegou a ter conversas com Corrêa, mas a composição de chapa seria difícil – apesar de não ser impossível, segundo avaliações. Com isso, a tendência segue com Cândido, que com a “máquina” ganha uma vantagem. 

Em fase de encerramento de mandato e com os olhos para o futuro, além da questão de disputa eleitoral, um outro ponto, porém, pode ser considerado um empecilho para que Naves faça um sucessor. Pesquisas recentes realizadas entre o eleitorado anapolino dão conta de que o atual prefeito está mal avaliado. Naves obteve 62,2% de reprovação e apenas 34,6% de aprovação no município, de acordo com levantamento do instituto Direct. 

Em entrevistas, Naves tem assegurado que poderá seguir a mesma linha de indicação política do governado Ronaldo Caiado (UB) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que em uma das visitas a Goiás chegou a dizer que trabalharia com Caiado por um nome em Anápolis.

O emedebista Márcio Correa até poderia ser esse pacificador. Interlocutores afirmam que o ex-chefe do Executivo já garantiu suporte a Major Vitor Hugo (PL) – da mesma forma que fez em 2022, quando o ex-deputado concorreu ao governo do Estado e terminou em terceiro lugar, com 14,81% dos votos. 

Na quarta-feira (20), Vitor Hugo esteve reunido com Bolsonaro e publicou mensagem sugestiva. “Hoje, mais uma vez, tive oportunidade de conversar com o presidente Jair Bolsonaro sobre o futuro de Goiás e de nossos municípios”, disse na publicação. “Feliz em novamente perceber o quanto Anápolis é uma das grandes prioridades da direita no Brasil, em função do seu imenso potencial em todos os campos. Como cidadão anapolino, fiquei muito feliz com a conversa.”

Outra pedra no caminho da base de Naves com relação às eleições do ano que vem passa pela candidatura do esquerdista Antônio Gomide (PT). Em pesquisas recentes, ele aparece como favorito. Em 2020, ele concorreu à prefeitura, mas terminou em segundo lugar (61,28% a 38,72% no segundo turno). Gomide foi derrotado pelo prefeito Roberto Naves, reeleito naquela eleição. A avaliação dos aliados do petista, todavia, é que, sem Naves, Gomide desponta como favorito na corrida eleitoral. Além disso, ele já foi prefeito da cidade por dois mandatos, ou seja, tem experiência. 

Em 2008, Gomide disputou a prefeitura e foi eleito no segundo turno ao garantir 75,6% dos votos. Em 2012, houve a reeleição em primeiro turno e com marca histórica à época. Gomide foi o prefeito mais bem votado do País em cidades com dois turnos, chegando a marca de 88,93% dos eleitores. 

No ano de 2016 ele se tornou vereador na cidade e, em 2018, deputado estadual com 36.998 votos. Em 2022, garantiu-se no cargo novamente com 45.256 votos. Por esse histórico, o que é dito pelas bases é que não apenas querem Gomide, como acreditam no sucesso do petista em 2024. 

A leitura, portanto, é que esse conjunto de fatores, que vai desde as dificuldades do atual gestor à crescente da oposição, tende a representar um grande desafio a quem quer que seja o escolhido de Naves para a briga do ano que vem. 

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