“Não somos uma aventura”, diz Gomide sobre Anápolis em 2024

Pré-candidato à prefeitura terá pela frente, pelo menos, três nomes da direita

Postado em: 28-12-2023 às 08h30
Por: Francisco Costa
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Segundo o petista, aqueles que estarão com ele o conhecem e “conhecem o nosso trabalho, como deputado e prefeito” | Foto: Reprodução

O deputado estadual Antônio Gomide (PT) é pré-candidato à prefeitura de Anápolis em 2024. Diante de possíveis adversários da direita, o provável único representante da esquerda no páreo lembra que já geriu a cidade e que teve aprovação dos munícipes. “Não somos uma aventura. Queremos agregar”, cita. 

No pleito, podem entrar na disputa três bolsonaristas: o deputado federal, Márcio Correa (MDB), o ex-deputado federal Major Vitor Hugo (PL) e o vice-prefeito Márcio Cândido (PSD). Gomide evita comentar se a pulverização das direitas o favorece. “Tenho consciência que a eleição é de dois turnos.”

Segundo o petista, aqueles que estarão com ele o conhecem e “conhecem o nosso trabalho, como deputado e prefeito”. “Então, queremos o debate com a sociedade e agregar ainda no primeiro turno. Não vamos aparecer como inovação, mas vamos apresentar o que pode melhorar. Fizemos muito e queremos ainda mais.”

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Conservadorismo anapolino

Apesar de o município ser visto como conservador e bolsonarista, Gomide afirma que Anápolis é a única cidade goiana que fez um deputado estadual e um federal do PT (Rubens Otoni, irmão dele). Além disso, argumenta que nas eleições municipais as pessoas não buscam partido, mas candidatos confiáveis, que podem melhorar a cidade. Ainda assim, não descarta o “fator Lula”.

“Sabemos que não é fácil, que é uma eleição disputada. Mas também sabemos que com a economia indo bem [nacionalmente], é bom para o Estado e para a cidade. Se até o governo estadual está alinhado hoje, pois precisa do governo federal, imagine o município? Qual cidadão não gostaria de ver o município beneficiado pelo governo federal”, lembra o alinhamento com Lula (PT). 

Adversários

Márcio Correa está como deputado federal no lugar de Célio Silveira (MDB), que se licenciou. Em 2022, ele teve quase 60 mil votos. O emedebista também disputou a prefeitura de Anápolis, em 2020, mas ficou em terceiro lugar, com 16,49% dos votos válidos no pleito. 

Correa é próximo ao vice-governador Daniel Vilela, presidente do MDB, e deve ter o apoio do político. Além disso, poder ser um nome de consenso da base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) que também agradaria aos bolsonaristas.

Em uma das visitas em Goiás, o ex-presidente Bolsonaro (PL) chegou a dizer que trabalharia com Caiado por um nome em Anápolis. Correa até poderia ser esse pacificador. Contudo, interlocutores afirmam que o ex-chefe do Executivo já garantiu suporte a Vitor Hugo (PL) – da mesma forma que fez em 2022, quando o ex-deputado concorreu ao governo do Estado e terminou em terceiro lugar, com 14,81% dos votos. 

No último dia 20, inclusive, Vitor Hugo esteve reunido com Bolsonaro e publicou uma mensagem sugestiva. “Hoje, mais uma vez, tive oportunidade de conversar com o presidente Jair Bolsonaro sobre o futuro de Goiás e de nossos municípios. Feliz em novamente perceber o quanto Anápolis é uma das grandes prioridades da direita no Brasil, em função do seu imenso potencial em todos os campos. Como cidadão anapolino, fiquei muito feliz com a conversa.”

Ele não deu mais detalhes e preferiu se reservar de comentar sobre a disputa. Aliados do político, contudo, afirmam que ele já está acertado com Bolsonaro e com os presidentes do partido em Goiás e no País, Wilder Morais e Valdemar Costa Neto. 

Já o vice-prefeito, Márcio Cândido, deve concorrer com o apoio do atual gestor, o prefeito Roberto Naves (Republicanos). Pastor da Igreja Universal, ele goza de prestígio no meio e também na cidade. Segundo bastidores, Naves até teve conversas com Corrêa, mas a composição seria difícil – apesar de não impossível. Com isso, a tendência segue com Cândido, que com a “máquina” ganha uma vantagem considerável.

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