Lideranças do PRD não falam ‘a mesma língua’ eleições em Goiânia
Nome para a prefeitura ainda é uma dúvida para o PRD. Partido faz parte da base do prefeito Rogério Cruz
Por: Gabriel Neves Matos
A pouco mais de oito meses para as eleições municipais, o Partido da Renovação Democrática (PRD), oriundo da fusão entre Patriota e PTB, vive momento de indefinição em seu horizonte eleitoral com relação ao nome a ser apoiado pelo partido à Prefeitura de Goiânia.
A deputada federal Magda Mofatto, presidente estadual da legenda, já confirmou em algumas ocasiões que, além de participação efetiva no pleito deste ano, o PRD apoiará o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), em seu projeto de reeleição.
O chefe do Executivo municipal mantém legendas fortes em sua base — entre elas, o próprio PRD. Além desta, pode-se destacar o PDT, do deputado estadual George Morais; e o Progressistas (PP), do presidente da Agência Goiana de Habitação (Agehab), Alexandre Baldy. Nesse sentido, o prefeito precisa articular para acomodar uma das legendas dentro da chapa majoritária.
O foco do PRD, segundo disse Mofatto em recente entrevista ao jornal O HOJE, será o de se consolidar e ter “maioria absoluta” em Goiás. Para que isso se viabilize, a sigla pretende fazer o maior número de vereadores. “Um dos nossos objetivos é aumentar o número de prefeitos e vereadores. Alguns colegas do PL vão nos acompanhar agora [no novo partido], mas outros vão permanecer lá”, contou a deputada na ocasião.
Mofatto também frisou que para a transição é necessário esperar o momento da janela partidária, período no qual políticos em cargos eletivos podem fazer a troca de sigla. Em suas redes sociais, a parlamentar tem feito publicações em que convida pessoas interessadas em fazer parte da vida política a se filiarem ao partido. A nível nacional, a sigla já conta com 1,3 milhão de eleitores filiados, atrás apenas do MDB e do PT. Na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o PRD conta com dois deputados: Veter Martins e o recém-empossado Cristóvão Tormin.
Já o presidente do PRD em Goiânia, o marqueteiro Jorcelino Braga, deixou em aberto a questão de apoio a um nome para a Prefeitura da Capital. Segundo afirmou em entrevista à imprensa local, a legenda no município não crava apoio ao prefeito Rogério Cruz e que a definição deverá vir apenas depois do Carnaval. No entanto, as declarações de Braga sobre o partido fazer um número alto de vereadores segue na mesma direção do que diz Mofatto.
Desde a data de criação, o PRD passou a ter direito efetivo de obter verbas do Fundo Partidário pela superação da cláusula de barreira. De acordo com os dados do TSE, as estimativas iniciais eram de R$ 22,8 milhões. Além disso, o dígito na urna do PRD será 25 — numeração, inclusive, que pertenceu ao antigo Democratas (DEM), que se uniu com o Partido Social Liberal (PSL) em fevereiro de 2022. Da fusão, surgiu o que hoje é União Brasil.
O União é o atual partido do governador Ronaldo Caiado e tem nas urnas os dígitos 44. Patriota e PTB usavam, respectivamente, 54 e o 14. À época, Jorcelino Braga afirmou que a escolha não teve nenhuma razão específica. “O número foi escolhido por sugestão da maioria dos convencionais do partido. Nada específico”, declarou.
Apesar de só agora ter saído a fusão, mesmo antes os dois partidos já atuavam em conjunto no estado. “Os dois partidos fizeram as convenções, uma em conjunto, saiu a ata com a executiva nacional, que foi ao TSE e já foi gerado CNPJ”, afirmou o então presidente do PTB, Marco Antônio Lopes Flor, em agosto deste ano.
