Lula pouco ou nada ajuda na disputa em Anápolis
Apesar do baixo poder de influência do presidente da República no município, pré-candidato da esquerda tem ampla vantagem em relação às candidaturas da centro-direita
Por: Felipe Cardoso
O jornal O HOJE publicou, em sua edição da última sexta-feira, 9, os resultados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas na cidade de Anápolis. O levantamento teve como objetivo medir o apoio eleitoral a diversos nomes cotados para a próxima disputa.
Diversos nomes foram avaliados e, em todos os cenários, a pesquisa indicou que a população anapolina prefere o nome do deputado estadual Antônio Gomide (PT), que lidera com quase 20 pontos de diferença em relação ao segundo colocado.
Além dos pré-candidatos, a pesquisa também analisou a influência de figuras estratégicas para a disputa na cidade, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente Lula (PT), o prefeito Roberto Naves (Republicanos) e o governador Ronaldo Caiado (UB).
O Instituto Paraná Pesquisas avaliou o impacto da indicação de cada um deles para a próxima disputa. A pergunta feita foi: “Você com certeza votaria, poderia votar ou jamais votaria em um candidato indicado por…”. Lula foi o político que teve a menor porcentagem entre os que ‘Com certeza votaria’ e a maior entre os que disseram que “Jamais votaria”. Nos bastidores, a leitura é que os dados confirmam o perfil direitista com viés bolsonarista do município.
Apenas 12,6% da população anapolina afirmou que votaria em um candidato indicado por Lula. Por outro lado, 64% responderam que ‘Jamais votaria’ em um nome indicado pelo petista. Responderam ‘Poderia votar’ apenas 20,4%, sendo também a menor porcentagem entre os demais nomes.
Outras lideranças
Os resultados em relação aos demais líderes foram os seguintes: 35,9% afirmou que ‘Com certeza votaria’ no candidato de Bolsonaro, 31,1% disse que com certeza votaria no candidato de Caiado e 14,1% no candidato de Naves.
Aqueles que responderam ‘Poderia votar’ somaram 27,1% para o nome apontado por Bolsonaro, 49,9% para o apontado por Caiado e 32,8% para o indicado por Naves. Por fim, 32,9% disse que ‘Jamais votaria’ em um nome indicado por Bolsonaro, 15,9% em um nome indicado por Caiado e 49% em um candidato indicado por Naves.
Na contramão da tendência
Apesar do cenário, o pré-candidato do Partido dos Trabalhadores na cidade demonstra que tem condições de caminhar com as próprias pernas Ao contrário de outros nomes, a viabilidade da campanha de Gomide não depende tanto de um intercessor.
Acontece que o petista detém uma vantagem minimamente invejável em relação a qualquer outro candidato no município. Os números mostram Gomide com 43,5% das intenções de voto. Ele é seguido pelo nome do fiel escudeiro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Major Vitor Hugo (PL), com 14,9%.
Na terceira colocação, para surpresa de muitos, aparece o pretendente do MDB — tido, nos bastidores como ‘o nome da base caiadista’ em Anápolis, Márcio Corrêa. Depois, estão Leandro Ribeiro (5,5%), Pedro Sahium (4,9%), Márcio Cândido (4%), Hélio Lopes (2%), Kim Abrahão (0,9%) e Eugênio Lourenço Dias (0,4%). Para além desses nomes, 4,6% dos entrevistados disseram que não sabem ou não responderam. Outros 6% escolheram ‘Nenhum , Brando ou Nulo’.
O Instituto utilizou uma amostra de 800 eleitores, estratificados por gênero, faixa etária, grau de escolaridade, renda domiciliar mensal e posição geográfica. O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 7 de fevereiro. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.
O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com n° GO-00673/2024.
Espontânea
O Instituto também apresentou resultados da pesquisa espontânea, ou seja, quando os nomes dos pré-candidatos não são apresentados ao eleitor. Gomide, ainda assim, leva vantagem: 9,3%.Na sequência, aparece o nome de Roberto Naves (prefeito reeleito em 2020 e que, por isso, não pode concorrer em 2024), com 4,4%.
Depois, aparecem: Márcio Corrêa (3,3%), Leandro Ribeiro (0,8%), Márcio Cândido (0,8%), Major Vitor Hugo (0,6%), Rubens Otoni (0,4%), Amilton Filho (0,3%), Hélio Lopes (0,3%) e Pedro Sahium (0,1%). A resposta mais recorrente foi ‘não sabe/não respondeu’ com 71,6% dos entrevistados. A opção ‘Ninguém, Branco ou Nulo’ somou 6,5%.
