PT quer frente ampla “com PSB” para eleição em Goiânia

Pré-candidata Adriana Accorsi já angariou apoio de outras legendas de esquerda

Postado em: 14-02-2024 às 08h30
Por: Gabriel Neves Matos
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“Queremos uma frente ampla, com o PSB junto, para ganhar as eleições e tirar Goiânia desse caos que se encontra”, destaca a vereadora Kátia Maria (PT) ao jornal O HOJE | Foto: Reprodução/PT

O Partido dos Trabalhadores em Goiânia tem reforçado a retórica de frente ampla como principal estratégia para as eleições municipais deste ano. Após receber amplo apoio de partidos de esquerda, como PV, PSOL e Rede, a pré-candidatura da deputada federal Adriana Accorsi (PT) à Prefeitura da Capital agora mira conquistar o apoio do PSB.

Tanto a chapa formada entre o presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) na eleição de 2022, quanto a frente ampla encampada pelo mandatário para angariar o máximo de apoio no pleito servem como referência, a nível nacional, do que líderes petistas querem seguir na esfera local durante a campanha deste ano.

“Queremos uma frente ampla, com o PSB junto, para ganhar as eleições e tirar Goiânia desse caos que se encontra”, destaca a vereadora Kátia Maria (PT) ao jornal O HOJE. A parlamentar, que também é presidente estadual do partido, diz que a legenda tem dialogado com outras lideranças partidárias para obter mais apoio ao nome de Accorsi.

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Na visão do deputado estadual Mauro Rubem (PT), coordenador de campanha de Accorsi, o PSB só não aderiu à pré-candidatura petista ainda por ter perdido “um pouco da sintonia” e por fazer “uma leitura distante das possibilidades reais”. “Avalio que eles ainda não sentiram a potência da pré-candidatura da Adriana”, afirma o parlamentar. Rubem é otimista e diz que “em breve o PSB também entrará para o time de apoio” ao PT.

Ao contrário do que quer o PT, a cúpula do PSB em Goiás tem demonstrado resistência em cravar apoio ao nome de Accorsi. Embora o partido tenha afinidade ideológica com a esquerda e com a agenda progressista, há um debate interno em torno da necessidade de respaldar um candidato do espectro democrático, capaz de efetivamente conquistar a eleição em Goiânia, e que não necessariamente seja de esquerda. 

Essa garantia vem do próprio presidente estadual do PSB, Elias Vaz. Em recente entrevista a este jornal, o  secretário nacional de assuntos legislativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública enfatizou que a sigla quer fazer um diálogo mais amplo em Goiânia antes de definir apoio a algum nome. 

“Não dá pra gente fazer só frente de esquerda. E é isso que eu tenho questionado. É claro que a nossa tendência natural é caminhar com a esquerda, mas nós estamos colocando a discussão da necessidade de ampliar esse debate e não necessariamente o [nosso] candidato tem que ser da esquerda”, disse Vaz. “Ele precisa ser do campo democrático e deve ter as melhores condições de ganhar a eleição.”

Na mesma ocasião, Vaz fez uma ponderação sobre Accorsi. Ele afirmou nutrir respeito e manter um bom diálogo com a deputada federal e que vê a sua pré-candidatura como legítima. Entretanto, como presidente da sigla, afirmou também que declarar apoio agora seria uma atitude “precoce”. Vaz defendeu também abertura às diversas possibilidades para a Prefeitura de Goiânia. 

“Não se pode ficar só numa posição, até porque o caminho melhor para as forças democráticas, muitas vezes, não é necessariamente uma candidatura da esquerda. Mas isso não significa dizer que não seja”, declarou. 

Bem posicionada nas recentes pesquisas de intenção de voto para Prefeitura de Goiânia, Accorsi tem sua pré-candidatura avaliada não apenas por partidos de esquerda. Em entrevista ao jornal O HOJE na semana passada, o ex-presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha, afirmou que enxerga a pré-candidatura da petista como a “mais sólida, estruturada e orgânica” até o momento. Ele, contudo, descartou uma aliança entre PSD e PT no primeiro turno deste ano. 

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