PSDB disputará Prefeitura na cidade de Goiânia

Rafael Oliveira*

O PSDB de Goiânia inicia a reorganização do partido na capital, na próxima semana. As medidas serão discutidas na segunda-feira (5), em reunião ordinária da legenda. “Será um processo totalmente feito de acordo com as bases locais. Não vamos aceitar qualquer tipo de interferência”, afirma o presidente do Diretório Metropolitano, Eurípedes Jerônimo.

Um dos principais objetivos é fortalecer o partido para a eleição de 2020. “Teremos candidato próprio para disputar a Prefeitura de Goiânia. O PSDB conta com nomes altamente competitivos. Estamos prontos para fazer as transformações que nossa capital tanto precisa”, explica o presidente.

O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, José Vitti (PSDB), é um nome cotado para a disputar a sucessão de Iris Rezende na Prefeitura de Goiânia. A possível disputa de Vitti se desenhou com sua ida para a suplência da senadora Lúcia Vânia (PSB) ao Senado na eleição de outubro, mas ela perdeu uma das duas vagas para Vanderlan Cardoso (PP) e Jorge Kajuru (PRP). Mas Vitti ainda não está fora do jogo. 

O vereador de Goiânia, Anselmo Pereira (PSDB), também começou a ventilar seu nome para a eleição municipal de 2020 e articula junto ao diretório municipal e estadual a viabilidade da sua candidatura. 

Segundo Eurípedes Jerônimo, a legenda também vai trabalhar para ampliar sua bancada na Câmara Municipal, que, atualmente, conta com os vereadores Anselmo Pereira e Cristina Lopes Afonso. “Temos muitas lideranças preparadas para o Legislativo. A partir da próxima semana, vamos colocar em prática ações para fortalecê-las ainda mais junto à população”, ressalta.

O presidente também assegura que todas as decisões de reorganização serão tomadas exclusivamente no âmbito local. “Vamos ouvir os presidentes das zonais, a militância e a comunidade. Nos últimos anos, por vários motivos, intervenções externas nos impediram de lançar candidatos a prefeito de Goiânia. Não vamos abrir mão de candidatura própria em 2020”, garante.

Eurípedes também destaca que a população terá participação ativa no processo. “O partido será ainda mais democrático. Vamos conversar olho no olho com os goianienses. Queremos que a comunidade participe do nosso projeto desde o início”, declara.

Diretório vai se reescrever

O governador José Eliton disse em uma entrevista nesta semana que o resultado das eleições de 2018 pede que o PSDB faça uma reflexão político-partidária para assumir posicionamentos mais claros sobre o programa e a direção que o País deve seguir. O tucano afirma que essa avaliação deve ser feita em nível estadual e nacional, com vistas a uma nova ordem de alianças e teses no campo da centro-esquerda. “Temos de rediscutir o PSDB, sem radicalismos, para que o partido comece a se posicionar claramente, e sempre, sobre os temas que afetam a população”, afirma.

“O PSDB precisa ter posições claras, tanto a nível estadual quanto nacional. O PSDB, que foi um partido extremamente importante na redemocratização do Brasil, precisa se reescrever”, declarou José Eliton. “Vejo muita gente dizendo que vai votar nulo nesse segundo turno, não concordo, a omissão é pior do que o erro. Por isso, acredito que o PSDB precisa se posicionar e deixar claro seu posicionamento”, diz o governador.

José Eliton disse que o legado social e econômico do PSDB à frente do governo federal e ao redor do País, em gestões nos Estados e municípios dão ao partido a credibilidade de necessária para se reinventar, tendo como ponto de partida seus valores democráticos. “Temos princípios e valores claros nesse sentido, como o respeito às instituições democráticas, à independência dos poderes, o respeito aos direitos de todos. Mesmo com todos os problemas que temos enfrentando, nós avançamos muito nesse sentido”, afirma.

“Está muito pobre o debate político, e eu acredito que, em algum momento, o País vai retomar o debate qualificado sobre os grandes temas”, disse o governador. “O PSDB precisará se posicionar nesse cenário de maneira mais afirmativa em relação às suas posições. A omissão é pior do que o erro. Um partido e seus líderes têm que se posicionar sobre os temas que afetam a população do seu país”, disse. “Caso contrário, o partido se deteriora”, afirma.

“Nós caberá agora mostrar, com o passar do tempo, tudo aquilo que foi objeto de conquistas em função do trabalho que fizemos. Mas não adianta também só ficarmos mostrando o que fizemos, porque o que foi feito ou não ficará registrado na história”, diz José Eliton. “É preciso apresentar perspectivas. Talvez nós tenhamos falhado nisso, de não termos conseguido mostrar ao cidadão os próximos passamos, eventualmente porque o ambiente político não permitiu isso, em função do momento do País, eventualmente porque não tivemos competência para mostrar isso”, diz.(*Especial para O Hoje)