“Quero relação funcional, e não pessoal”, afirmou Major Vitor Hugo

Líder de Bolsonaro na Câmara, o parlamentar amenizou críticas ao presidente da Casa, Rodrigo Maia

Postado em: 23-05-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Líder de Bolsonaro na Câmara, o parlamentar amenizou críticas ao presidente da Casa, Rodrigo Maia

Raphael Bezerra*

Após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Democratas) anunciar rompimento de relações com o líder do Governo Bolsonaro na Câmara, o Major Vitor Hugo explicou que não quis atacar Maia. “Quero uma relação funcional e não pessoal com Maia”, afirmou. 

Rodrigo Maia criticou publicamente o líder do governo após reunião com líderes partidários nesta terça-feira (21). A crítica foi feita por causa de uma mensagem encaminhada por Vitor Hugo em grupos de WhatsApp, em que associa a negociação do governo com o Congresso com sacos de dinheiro. Maia teve acesso à crítica, ficou irritado e divulgou corte de relações com o líder.

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Vitor Hugo argumentou que não atacou diretamente o presidente da Casa e que se sentiu excluído das negociações feitas pelos parlamentares. Havia tentado de todas as formas aproximação desde o início do mandato, sem sucesso. Reforcei crítica às reuniões na residência oficial, que não é a casa dele, mas um imóvel funcional da União. 

Por fim, o deputado do PSL afirmou que nunca atacou o Parlamento e espera que o Congresso possa dar encaminhamento às propostas de que o país precisa “independentemente de personalismos”. “Há muito a ser feito”, finalizou.

Não afeta votação

Apesar do distanciamento com o líder do presidente Bolsonaro na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (Democratas) acredita que o desentendimento não afetará a votação da Reforma da Previdência. 

“Não estamos preocupados com o líder do governo, nem com o governo. Estamos preocupados com o povo brasileiro. Vimos agora que o desemprego e as desigualdades estão aumentando, e a perspectiva de crescimento do Brasil caiu. É isso que preocupa a Câmara dos Deputados”, declarou.

O presidente da Câmara minimizou a importância de manter uma relação amistosa com o líder do governo, já que o parlamentar do PSL participa normalmente das reuniões do Colégio de Líderes realizadas na Câmara. “Quem escolhe o líder do governo é o presidente da República. Nunca tive relação com ele e não preciso ter”, comentou.

Ele reafirmou a intenção de votar a reforma da Previdência a partir de junho. “Temos responsabilidade de votar a reforma, que garanta equilíbrio do sistema e a possibilidade de as empresas voltarem a gerar empregos”, completou. Maia ressaltou ainda que a Câmara deve ser um ator importante “na redução das desigualdades e do desemprego”. As medidas provisórias na pauta do Plenário também serão votadas, segundo Maia.

O ministro da Casa Civil, OnyxLorenzoni (Democratas), se reuniu com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (Dem) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Dem), na tarde desta quarta-feira para tentar apaziguar os ânimos após corte de relações com o líder do governo.

“Sabemos que, independente das ideologias e dos partidos, o coração de cada um [dos parlamentares] é brasileiríssimo, verde e amarelo. E todos nós vamos superar as eventuais dissintonias que são naturais num governo de transformação”, disse Onyx após a reunião. (*Especial para O Hoje)

 

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