Inteligência artificial: a nova arma dos golpistas para manipulação e aplicação de golpes

Criminosos fazem uso indevido da imagem, produtos falsos, golpes financeiros, e tudo veiculado na internet

Postado em: 18-12-2023 às 09h58
Por: Rondineli Alves de Brito
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Criminosos fazem uso indevido da imagem, produtos falsos, golpes financeiros, e tudo veiculado na internet | Foto: Reprodução

O ‘golpe’ digital causa transtornos nas redes sociais, com golpistas enganando internautas por meio de anúncios falsos e manipulação de imagens de figuras públicas. O uso da IA coloca em xeque a integridade das informações online, enquanto cibercriminosos buscam lucrar à custa da reputação de personalidades.

Na reportagem do Fantástico deste domingo (17/12), é mostrado como os criminosos utilizam a tecnologia para cometer fraudes em cima da outra: uso indevido da imagem, produtos falsos, golpes financeiros, e tudo veiculado na internet.

Famosos como William Bonner, Luciano Huck, Drauzio Varella, Marcos Mion, Sandra Annenberg e Ana Maria Braga, cujas imagens foram usadas pelos criminosos, compartilham suas opiniões sobre os anúncios falsos criados por inteligência artificial.

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Uma vítima recorrente de grupos criminosos é o médico Dráuzio Varella, figura pública famosa e ligada constantemente à saúde. Ele teve sua voz e rosto usados em anúncios falsos de remédios no qual os criminosos prometem curas “milagrosas”. 

“É horrível você saber que tem gente que está vendo aquilo e achando que é você que está falando ali”, disse o médico Dráuzio Varella.

O jornalista e apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, explica que em sua profissão jornalística, ele não pode fazer propaganda, algo que vai contra os princípios do jornalismo.

“Como jornalista eu não posso fazer propaganda. Então são dois riscos enormes. Um é propaganda de produtos: não posso fazer. O outro é propaganda política: porque se usam a inteligência artificial para simular a venda de um produto qualquer, também usam para a venda de um político qualquer. Das duas formas é um crime e das duas formas eu estou sendo lesado”, diz Bonner.

Os bancos também são “vítimas de golpes”. No caso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os golpistas fazem uso do nome do banco para cometer fraude e enviam a conta do anúncio diretamente para o banco. Quando alguém é enganado pelo golpe, o banco perde sua credibilidade.

“A pessoa se revolta, inclusive contra o próprio banco. Porque acha que o banco eventualmente poderia ter evitado essa fraude. E nós não temos como evitá-la. pedimos às plataformas digitais que nos informasse os nomes das pessoas para que a gente possa processá-las. “, diz o diretor de Compliance e Riscos do Banco, Luiz Navarro.

Redes sociais

As empresas responsáveis pelas redes sociais alegam que o marco da internet, de dois mil e quatorze, garante a liberdade de expressão. No entanto, o marco se refere a opinião, não a anúncios, pois para propaganda, não há lei específica no brasil.

O TikTok respondeu em nota que suas políticas de mídia sintética e manipulada deixam claro que ele não permite mídia sintética. E alerta para sempre que qualquer pessoa encontrar algum vídeo com conteúdo que acredita violar suas diretrizes, é possível fazer a denúncia dentro do próprio aplicativo. 

Também em nota, a Meta, responsável pelo Facebook, afirma que não permite anúncios que promovam atividades fraudulentas, que revisa conteúdos usando tanto inteligência artificial quanto equipes humanas e remove quando constatadas violações das políticas da empresa. 

Como evitar golpes online

Para evitar fake news e golpes online, o usuário deve sempre confirmar a fonte da informação. Desconfie de fontes desconhecidas ou sites sem reputação.

Certifique-se de que a informação não é desatualizada. Muitas fake news são baseadas em eventos antigos ou descontextualizados. Manchetes exageradas ou sensacionalistas podem ser indicativos de notícias falsas.

Fotos e vídeos podem ser manipulados. Pesquise a imagem ou vídeo para verificar sua autenticidade. Utilize recursos online de verificação de fatos, como Snopes, FactCheck.org ou Agência Lupa.

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