Projeto que incentiva estudantes e professores de música a imergiram em uma experiência internacional

Por Lanna Oliveira

Mais uma vez os jovens artistas brasileiros ganham o mundo. Levar a arte que se faz por aqui tem ganhado cada vez mais inciativas apoiadoras. Agora, a nova aventura se dá rumo ao maior centro de treinamento para futuros músicos de orquestra na Alemanha. Oito jovens músicos brasileiros, acompanhados de dois renomados professores, estão vivendo essa experiência única. Os dias tem sido de imersão acadêmica e com algumas apresentações, e posteriormente fazerem quatro concertos no Brasil, sendo um beneficente.

Em todo o mundo, o ano de 2020 prometia uma série de comemorações pelos 250 anos de Ludwig van Beethoven. Em função da pandemia, grande parte das celebrações foi cancelada, adiada ou adaptada para o ambiente virtual. Uma das atividades planejadas para aquele ano e que é executada agora, é o projeto ‘Beethoven visita o Pão de Açúcar’, uma realização do Orchesterzemtrum, instituição conjunta das quatro faculdades estaduais de música na Renânia Norte-Vestfália – Detmold, Düsseldorf, Essen e Colônia.

Como parte dessa iniciativa, oito estudantes e dois professores de música brasileiros participam do intercâmbio em Orchesterzentrum, o primeiro centro de treinamento para futuros músicos de orquestra da Alemanha. Lá, eles se juntaram a outros oito estudantes e dois professores radicados naquele País, em uma intensa residência artística. Os 20 músicos formam uma nova orquestra de câmara que realiza concertos na Alemanha. As atividades fazem parte do projeto ‘Beethoven visita o Pão de Açúcar’ e ocorrem até o dia 16 de março.

Dando sequência no projeto produzido pela Artemundi Produções Culturais e financiada pelo Ministério de Cultura e Ciência da Renânia Norte-Vestfália, uma turnê pelo estado do Rio de Janeiro também integra a programação. As apresentações serão na Sala Cecília Meireles (RJ), nas unidades do Sesc em Petrópolis (Quitandinha) e em Barra Mansa e, ainda, um flashmob no Pão de Açúcar. E o cartão postal não foi escolhido atoa, o projeto do seu primeiro teleférico foi desenvolvido pelo engenheiro Julis Pohlig, que nasceu na mesma região que Beethoven.

“O objetivo é dar início a um novo capítulo de cooperação musical entre Brasil e Alemanha, oferecendo a jovens brasileiros a oportunidade de realizarem um aprimoramento artístico singular em uma das mais prestigiadas academias da Europa no treinamento de futuros músicos de orquestra”, explica o produtor Pablo Castellar. Oportunidade esta, que talvez os estudantes não teriam. Além de investirem em suas carreiras musicais, é uma chance de conhecer o mundo além do que se vê por aqui.

Tanto os concertos da Alemanha, quanto os realizados no Brasil, tem repertório dedicado à Beethoven, além de obras de compositores brasileiros como Heitor Villa-Lobos e Clóvis Pereira e um concerto para quatro violinos de Vivaldi. “O projeto representa uma oportunidade única para os jovens músicos brasileiros conhecerem e tocarem a música do mestre de Bonn em seu País de origem e, inversamente, oferece aos músicos da Alemanha experiência prática com a música da América Latina, que é muito pouco conhecida na Europa”, afirma Castellar.

O maestro e violinista carioca Daniel Guedes e o violista paulista Renato Bandel são dois dos músicos mais destacados do cenário nacional. E ficou a cargo deles, e do também do violoncelista brasileiro Fábio Presgrave e do diretor artístico do Orchesterzentrum, Alexander Hulshoff, a seleção dos oito jovens escolhidos para este intercâmbio. A ideia é oferecer a essas grandes apostas a oportunidade de aprimorarem sua técnica em uma experiência de alto nível, aumentando ainda mais suas chances de entrada em orquestras profissionais.

Dentre os brasileiros, os escolhidos são: Ramon Feitosa (PB), Yasmin Oliveira Almeida (SP) e Mateus de Oliveira Soares (RJ), como primeiros violinos; Eloisa Rocha e Silva (SP) e Iury dos Santos (SP), como segundos violinos; Raul Victor Martins da Silva (PE), violista; e Leonardo Semensatto (PB) e Gabriel Rodrigues Silva (BA), violoncelistas. Segundo a organização, os músicos escolhidos para o projeto são grandes apostas para a próxima geração de instrumentistas de orquestras.