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sábado, 23 de novembro de 2024
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Governo

Cai por terra discurso de Marconi sobre candidatura própria

Há duas semanas, ex-governador garantiu que partido teria candidatura própria à presidência e nega qualquer aproximação com a esquerda

Postado em 10 de junho de 2022 por Felipe Cardoso

O PSDB chegou a um veredito. Na última quinta-feira, 9, o partido anunciou publicamente que caminhará com Simone Tebet (MDB). A decisão atende aos anseios de alguns ao passo em que contraria outros. Na contramão da vontade de parte dos integrantes da sigla, o partido não lançará — como faz desde 1989 — candidato à presidência da República. 

O nome responsável por colocar fim ao que até então era tido como uma incógnita foi o de Tasso Jereissati, senador pelo estado do Ceará. Nem João Dória, nem Eduardo Leite levaram a melhor. Desde as prévias, o partido caminha rachado. A começar pelo fato do ex-governador de São Paulo, João Dória, ter levado a melhor sob Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, defendido por uma grande ala tucana.

Mesmo depois da disputa interna, que consagrou Dória como candidato, parte dos tucanos se mantiveram resistentes ao nome. Depois de tantos conflitos — paralelos à inexpressividade de seu nome — Dória recuou. 

A decisão abriu duas possíveis frentes para o tucanato. A primeira delas, que o PSDB bancasse, no lugar de Dória, Eduardo Leite. A segunda, que fizessem uma composição com outras legendas. A tarde de ontem mostrou que a sigla escolheu pela segunda opção.

Em um encontro a portas fechadas em seu próprio gabinete, Jereissati firmou um acordo para ocupar a vice da candidata pelo MDB, Simone Tebet. Na tentativa de protagonizarem a intitulada terceira via, estarão juntos na disputa, MDB, PSDB e Cidadania. O encontro no gabinete de Tasso contou, inclusive, com a presença dos presidentes das três siglas. Como contrapartida ao apoio tucano, o PSDB exigiu o endosso do MDB para reeleição de Leite ao governo do Rio Grande do Sul.

Desconexo

O firmamento de uma aliança nacional onde o PSDB não terá candidatura própria à presidência fez cair por terra ao menos a primeira parte do discurso do ex-governador goiano Marconi Perillo (PSDB). O líder, que está prestes a assumir uma posição de importância na executiva nacional, assegurou durante passagem pela Câmara Municipal de Goiânia, há duas semanas, que o partido teria, sim, candidato a presidente e a governador. E mais: descartou qualquer conversa com a esquerda. 

Na ocasião, ao ser indagado sobre ambos os assuntos, resumiu: “Essa conversa [de composição com a esquerda goiana] não existe por um motivo muito simples… O PT terá candidato à presidência da República, o PSDB também. O PT terá candidato ao governo de Goiás, o PSDB também”. Apesar do ex-governador reafirmar que, em Goiás, o tucanato terá um nome na disputa ao Palácio das Esmeraldas — assim também o fez em setembro de 2021 durante visita do ex-senador Arthur Virgílio ao estado  — o comentário é que o mais provável, caso isso de fato aconteça, é que o tal nome chegue à disputa avalizado por forças esquerdistas. 

Há um consenso, nos bastidores, de que não há outro senão Marconi para a empreitada contra o atual governador Ronaldo Caiado. É unânime a percepção de que o ex-governador deseja entrar para a disputa, mas há, dentro dessa parcela, aqueles que titubeiam ao colocar como certo o nome de Marconi na corrida pela governadoria. 

“Ele representa um dos maiores estrategistas políticos que ainda restam nesse estado. É um homem que age baseado em pesquisas, em números. Se sentir qualquer dificuldade em emplacar uma candidatura ao governo, certamente vai recuar e se lançar ao Senado”, analisa uma liderança próxima ao ex-gestor. Caso isso aconteça, a segunda parte do discurso de Marconi também cairá por terra, haja vista que o partido ficará sem candidato não apenas à presidência, mas também ao governo goiano.

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