Em eleições majoritárias dissidências são comuns. Partidos que apoiam determinadas candidaturas costumam ter filiados fazendo palanques para adversários. Em alguns casos, isso rende até expulsões da sigla – em 2018, o MDB que tinha o presidente estadual Daniel Vilela como postulante ao governo de Goiás “removeu” alguns caiadistas (hoje, curiosamente Vilela está com Ronaldo Caiado [União Brasil] e teve que remediar os atritos da época).

Há, contudo, algumas situações em que as próprias siglas entendem o histórico do filiado e “deixam passar” o palanque. O PSD é quase certo na base de Caiado. Ainda assim, um nome fará palanque para outro pré-candidato – e aqui não é senador Vanderlan Cardoso, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), que já anunciou como pré-candidato major Vitor Hugo (PL), mas outro dissidente. Trata-se de Max Menezes.

Max confirmou ao Jornal O Hoje que já conversou com a legenda e que todos são muito conscientes da relação que ele possui com o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha. O hoje deputado estadual foi secretário da gestão Mendanha até o dia que assumiu cadeira na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), quando Humberto Aidar (MDB) foi para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) no fim de março deste ano.

“Tenho minha relação com Gustavo e todos são conscientes. Então, o partido me deu a possibilidade de seguir deputado e fazer palanque para Gustavo em Aparecida de Goiânia”, destaca o pré-candidato à reeleição. 

O aparecidense reforça que, na Assembleia, atua de forma isonômica, sem bandeira partidária na frente das decisões. “A influência que a gente tem que ter é de quem nos elegeu. Então, atuo com independência, sem prejuízo ao governo ou aos municípios.”

Representante de Aparecida de Goiânia

Max é o único representante de Aparecida na Alego, neste quadriênio. Segundo ele, mesmo o deputado atuando por todo o Estado, é importante que o município – especialmente os maiores – tenham seus nomes na Casa. 

Ele cita que a cidade perdeu representatividade nos últimos anos e o maior desafio é apresentar essa necessidade aos eleitores. “Um deputado terá aproximadamente R$ 10 milhões em emendas no ano que vem. Mesmo atendendo a todos os municípios, quem é da cidade tem um olhar diferente. Todas as grandes cidades têm representante”, argumenta. 

Dissidência para o outro lado

Também dissidente, mas para o lado do governador Ronaldo Caiado, o Republicanos – aliado de Mendanha na disputa – tem nomes importantes que não farão palanque para Gustavo. Entre eles está os prefeitos de Goiânia, Rogério Cruz, e Caldas Novas, Kleber Marra; além dos deputados estaduais Jeferson Rodrigues e Rafael Gouveia.

A sigla presidida no Estado por João Campos, que é pré-candidato ao Senado na chapa de Mendanha, deu carta branca para os filiados escolherem seus postulantes ao Palácio das Esmeraldas. A justificativa é eu o partido não tem pré-candidato ao governo. Mendanha, entretanto, já disse que está aberto ao diálogo. 

Atualmente, além de Gustavo Mendanha e Ronaldo Caiado, são pré-candidatos ao governo de Goiás: major Vitor Hugo (PL), Wolmir Amado (PT), Helga Martins (PCB), Edigar Diniz (NOVO) e Cintia Dias (PSOL). Marconi Perillo (PSDB) ainda não definiu se disputa o governo ou o Senado.

Pesquisa de intenção de votos

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) lidera a pesquisa Fox Mappin, encomendada pelo Jornal O Hoje e divulgada na segunda-feira (20), com 31,26% das intenções de voto. O levantamento ocorreu entre 28 e 31 de maio com 870 entrevistados. Trata-se de uma pesquisa estimulada, quando os nomes dos possíveis candidatos são informados aos eleitores.

Este levantamento ocorreu por meio de entrevistas pessoais, telefônicas, além de formulário digital enviado a grupos segmentados. O nível de confiança é de 95% para uma margem estimada de erro desejado de 3,32% para os resultados.

Ainda de acordo com a pesquisa, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), aparece em segundo lugar (empate técnico com Caiado) com 29,43%. Ele é seguido pelo ex-governador Marconi Perillo (PSDB), 10,23%. O tucano, contudo, ainda não definiu se concorrerá ao governo ou ao Senado.

Depois deles vêm o ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Wolmir Amado (PT), 4,25%; e o deputado federal major Vitor Hugo (PL), 2,76%. Foram incluídos, também, Weslei Garcia (PSOL), 1,38%, apesar de Cintia Dias ser a pré-candidata do PSOL; e José Eliton (PSB), 0,69%; que retirou o nome da disputa no fim de maio.

Completam a lista: Helga Martins (PCB), 0,69%; e Edigar Diniz (Novo), 0,69%. Além disso, 18,62% dos eleitores disseram que não votariam em nenhum dos listados ou preferiram não opinar.