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segunda-feira, 9 de dezembro de 2024
Mais recursos

Às vésperas da aprovação do Propag, Caiado vislumbra alívio financeiro para Goiás

Proposta de interesse para Estados prevê descontos nos juros das dívidas, um prazo de 30 anos para quitação

Postado em 9 de dezembro de 2024 por Bruno Goulart
Às vésperas da aprovação do Propag, Caiado vislumbra alívio financeiro para Goiás
Foto: Governo de Goiás

A semana começa alegre para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB) que espera confiante a aprovação que deve liberar mais recursos para Goiás. Trata-se do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).

Com a proposta voltando à pauta do plenário da Câmara Federal nesta quarta-feira (11/12), o governador acredita que o alinhamento político e a relevância do projeto garantirão sua aprovação. A medida promete liberar R$ 3 bilhões para investimentos em Goiás, trazendo um novo fôlego ao cenário financeiro do Estado, que ainda enfrenta restrições devido ao teto de gastos.

Leia mais: Caiado aposta no Propag para aliviar dívidas e ampliar investimentos em Goiás

Na última semana, Caiado já havia afirmado que “tudo está alinhado” para a aprovação do projeto, que pode liberar mais de R$ 3 bilhões para investimentos no Estado. “O Propag será votado nesta semana. A bancada goiana está unida, e a importância do projeto para os Estados está clara para todos”, afirmou o governador. Ele destacou que a aprovação é essencial para aliviar as limitações orçamentárias e permitir novos investimentos, especialmente em infraestrutura.

Isso foi confirmado pelo deputado José Nelto (UB), em entrevista ao jornal O Hoje, que reforçou o alinhamento total da bancada goiana com o governador no apoio ao projeto. Ele pontuou que as mudanças proporcionadas pelo Propag serão um alívio significativo para Goiás, que atualmente possui uma dívida de R$ 24 bilhões, sendo mais da metade referente a juros.

“Herança” do último governo

A situação financeira de Goiás, porém, já foi bem mais grave. Em 2021, o governo estadual enfrentava uma dívida acumulada de R$ 23,7 bilhões, consumindo cerca de R$ 2,5 bilhões ao ano em quitação de principal e juros.

À época, o cenário incluía atrasos na folha de pagamento e multas recebidas do governo federal por descumprimento do então Programa de Reestruturação e de Ajuste Fiscal (PAF). O governador costumava se referir ao caos financeiro como “herança maldita” da gestão anterior.

Naquele momento, a própria Secretaria da Economia declarou que o Estado precisava adotar medidas urgentes para equilibrar as contas públicas e recuperar a capacidade de melhorar a qualidade de vida da população. A solução encontrada foi a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que suspendeu a dívida pública e reestruturou os pagamentos com melhores condições de juros e prazos.

Assim, para enfrentar a crise, o governador implementou reformas importantes, como a previdência estadual, a revisão de incentivos fiscais e a aplicação do teto de gastos. Apesar disso, o teto orçamentário continua limitando os investimentos.

Mas, desde a adesão ao RRF, Goiás conseguiu melhorar seu cenário econômico, acumulando R$ 15 bilhões em caixa. Contudo, como admitiu o próprio governador, o montante não é suficiente para atender às demandas de investimentos necessários ao Estado. É neste contexto que o Propag aparece como a solução ideal, possibilitando um aumento de R$ 3 bilhões nos recursos disponíveis para investimentos.

Caiado destacou que a não aprovação do projeto traria cortes orçamentários severos. “Se o Propag não for aprovado, terei de fazer um corte de empenho de mais de R$ 770 milhões, e os outros poderes também, como o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e a Assembleia”, alertou.

Sai de cabeça erguida

Prestes a deixar o governo de Goiás nas mãos de seu vice, Daniel Vilela (MDB), para disputar a presidência, Caiado encerra sua gestão com a cabeça erguida. De acordo com Paraná Pesquisas, ele alcançou 84,3% de aprovação, o maior índice já registrado pelo instituto para um governador. Apenas 12,4% desaprovam sua gestão.

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