Moraes e Zanin votam para que Ramagem continue réu por golpe de Estado
Ministros votaram para que dois dos cinco crimes imputados ao deputado sejam revogados

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, acataram parcialmente a decisão da Câmara dos Deputados, que suspendeu a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). O parlamentar é réu por tentativa de golpe de Estado, em 2022.
Relator do caso, Moraes votou para que dois dos cinco crimes imputados ao deputado sejam revogados. São eles: dano qualificado pela violência ou grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo à vítima, e deterioração de patrimônio tombado.
O entendimento do ministro é que Ramagem supostamente cometeu os crimes após a diplomação, logo, ele já teria direito a imunidade parlamentar. Porém, segundo o parecer, o parlamentar continua réu pelos demais crimes — participação em organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado — pois aconteceram antes do parlamentar tomar posse do cargo político. Zanin seguiu o parecer de Moraes.
Leia mais: Com anistia enfraquecida, bancada do PL articula pautas alternativas
“Os requisitos do caráter personalíssimo (imunidade aplicável somente ao parlamentar) e temporal (crimes praticados após a diplomação), previstos no texto constitucional, são claros e expressos, no sentido da impossibilidade de aplicação dessa imunidade a corréus não parlamentares e a infrações penais praticadas antes da diplomação”, escreveu o ministro.
Com isso, o placar está em 2×0 para que o STF continue considerando Ramagem réu por golpe de Estado. Caso o entendimento prevaleça até a próxima sexta-feira (16), prazo final para o julgamento, a investigação dos crimes que teriam acontecido após a diplomação ficarão suspensos até o fim do mandato do deputado carioca.