Mourão nega participação em reuniões golpistas no governo Bolsonaro
Senador afirma ao STF que não discutiu medidas de exceção e desconhecia planos de ruptura institucional

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) declarou nesta sexta-feira (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que nunca participou de reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tratar da decretação de medidas de exceção no país. Mourão, que foi vice-presidente durante a gestão de Bolsonaro, prestou depoimento como testemunha de defesa do ex-presidente e de outros militares acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022.
Durante o depoimento, Mourão negou ter presenciado ou tomado conhecimento de reuniões com teor golpista no final do governo anterior. Questionado pela defesa de Bolsonaro sobre a possibilidade de o ex-presidente ter mencionado a intenção de decretar medidas de exceção, o senador afirmou que, em nenhum dos encontros que teve com Bolsonaro após a derrota nas eleições de 2022, o assunto foi abordado. Segundo ele, as conversas foram voltadas para a transição de governo.
Ao ser questionado sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, Mourão relatou que estava em casa e tomou conhecimento das invasões via noticiário da TV. “Estava dentro da piscina. Era nessa situação que eu estava”, afirmou.
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O depoimento de Mourão faz parte da fase de instrução do processo que investiga a tentativa de golpe de Estado, envolvendo oito réus do núcleo 1 da suposta trama golpista, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e altos membros de seu governo. As oitivas das testemunhas de defesa e acusação estão previstas para ocorrer até dia 2 de junho. Após essa etapa, os réus serão convocados para interrogatório, em data ainda a ser definida.
Com informações da Agência Brasil