Aniversário do Botequim Glorioso terá apresentação de Jorge Aragão

O evento, que traz um dos artistas mais relevantes da música popular brasileira, ocorre no Palácio da Música no Centro Cultural Oscar Niemeyer, a partir das 17h

Postado em: 12-05-2023 às 08h49
Por: Lanna Oliveira
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O evento, que traz um dos artistas mais relevantes da música popular brasileira, ocorre no Palácio da Música no Centro Cultural Oscar Niemeyer, a partir das 17h | Foto: Divulgação

“Aí foi que o barraco desabou, nessa que meu barco se perdeu. Nele tá gravado só você e eu”, diz o trecho icônico da música ‘Eu e você sempre’. Desafio alguém que não tenha lido entoando a melodia que marcou uma geração e que agora poderá ser vista ao vivo. Neste sábado (13), o sambista Jorge Aragão chega à Capital na comemoração de dois anos do Botequim Glorioso. O evento, que traz um dos artistas mais relevantes da música popular brasileira, ocorre no Palácio da Música no Centro Cultural Oscar Niemeyer, a partir das 17h.

É impossível falar de música popular brasileira sem mencionar o gênio Jorge Aragão. Compositor, letrista, músico e intérprete, ele é dono de muitos sucessos, entre eles: ‘Lucidez’, ‘Moleque Atrevido’, ‘Deus Manda’, ‘De Sampa a São Luiz’, ‘Alvará’, ‘Malandro’, ‘Vou festejar’, ‘Enredo do meu samba’, ‘Coisa de Pele’, ‘Terceira Pessoa’, ‘Amigos… Amantes’, ‘Do Fundo do Nosso Quintal’, entre muitas outras. O artista está há mais de 40 anos se dedicando à música e isso resultou em uma discografia de mais de 20 CDs.

O poeta também está nas vozes dos maiores intérpretes do País. Primeiro foi Elza Soares que fez de ‘Malandro’ um sucesso que tem atravessado décadas. Depois veio Beth Carvalho, Alcione, Leci Brandão, Ney Matogrosso, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Dona Ivone Lara, Jorge Vercilo, Emilio Santiago, Negritude Jr., Exaltassamba, Art Popular, Elba Ramalho, Jair Rodrigues e outros. Fato que o consagrou também como compositor, já que desde a época de Fundo de Quintal, ele ganhou destaque como interprete. 

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Jorge Aragão tem uma grandiosa contribuição para as artes e sua importância foi homenageada na quinta edição do ‘Sambabook’. O projeto divulgou a obra do poeta do samba através de depoimentos, entrevistas, fotos e claro, muita música. Suas composições ganharam nova roupagem nas vozes de grandes nomes da música brasileira, entre eles: Seu Jorge, Ivan Lins, Beth Carvalho, Diogo Nogueira, Zeca Pagodinho, Alcione, Elza Soares, Luiz Melodia, Lenine, Maria Rita, Martinho da Vila, Baby do Brasil e Anitta.

Para Goiânia, uma grande apresentação de Jorge Aragão está programada para o próximo dia 13 de maio. O show faz parte das celebrações dos dois anos do Botequim Glorioso. O evento será no Palácio da Música no Centro Cultural Oscar Niemeyer e tem início às 17h com a banda Nóys é Nóys e na sequência o sambista. Os ingressos já estão sendo vendidos no Glorioso e no site ingressosa.com com valores a partir de 60 reais. Os ingressos contemplam mesas, pista e mezanino Open. 

O ícone entre os bambas

Nascido no bairro de Padre Miguel, zona oeste do Rio de Janeiro, Jorge Aragão começou a tocar violão e arriscar suas primeiras composições aos 14 anos, quando escutava Jovem Guarda no rádio de casa e aprendeu a tocar algumas canções da época em um violão emprestado. Ele conta que por já saber fazer alguns solos de guitarra foi chamado para ser guitarrista solo de um conjunto que ensaiava em Honório Gurgel. Até que ele foi para a aeronáutica, servir na base aérea no bairro de Santa Cruz. Lá, conheceu Jotabê, que tornou-se seu grande parceiro.

Ali, ele conta que os dois compuseram juntos várias canções que não eram sambas, até que um dia, entre essas composições, surgiu o clássico ‘Malandro’, um dos primeiros sambas de Jorge. A música conta a história de uma conversa real. Foi escrita para um amigo de Jorge e de Jotabê, lá de Santa Cruz, chamado Inácio. Jorge conta que ele tinha a essência de um verdadeiro malandro carioca. Uma pessoa muito carismática, porém com todas as características de um bom malandro.

O sambista faz parte da história musical do País e é o samba enraizado na alma brasileira. “O samba é minha identidade, o samba é meu sorriso, o samba é minha letra. Só não vou dizer que o samba é o ar que eu respiro, porque seria muito piegas”, disse certa vez, aos risos, ao Diário de Pernambuco. “Sua importância é a mesma que dou à minha raça. Ele é primordial. E acima de tudo, minha defesa também”, completou. Seu legado é permanente e atravessa gerações carregando nossa cultura.

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