Em 2 anos, Pecuária de Goiânia deixa de gerar R$ 400 milhões

SGPA destaca que a festa pode ocorrer em outubro se houver a aceleração da vacinação em massa | Foto: Wesley Costa

Postado em: 03-05-2021 às 08h07
Por: João Paulo
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SGPA destaca que a festa pode ocorrer em outubro se houver a aceleração da vacinação em massa | Foto: Wesley Costa

A tradicional exposição agropecuária de Goiás não acontecerá pelo segundo ano consecutivo devido à pandemia do novo coronavírus. A festa, que é uma das mais prestigiadas do meio, já acumula prejuízos que somam R$ 400 milhões pela não realização de negócios. Tradicionalmente, o evento é realizado no mês de maio no Parque de Exposições Agropecuária, localizado no Setor Nova Vila.

O presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Eurico Velasco de Azevedo Neto, explica que, no ano passado, todos os contratos de locações para as empresas e as baias para acomodar os animais estavam acertados. “Assim como também tínhamos todas as palestras, leilões, exposições de utensílios agrícolas e os shows programados. Porém, assim com todo o mundo, fomos surpreendidos com a infelicidade desse novo coronavírus. Como a condição não melhorou nas proximidades da festa, a gente decidiu suspender o evento”, explica.

Apesar da decisão do evento não ser realizado se estendesse por tempo indeterminado, a expectativa da SGAP era de que o evento fosse realizado nesse ano, mas também não foi possível. “Infelizmente, a gente se deparou com esse processo de segunda onda do novo coronavírus e decidimos não realizar a edição de 2021. Já tínhamos uma programação bem encaminhada de exposições, leilões de gados, palestras, provas de laços, shows, mas não estavam todos fechados pois muitos nem reservaram datas, por exemplo”, ressalta.

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Segundo Eurico, o prejuízo pela não realização da festa é milionário. Em 2019, por exemplo, a festa conseguiu arrecadar mais de R$ 200 milhões em negócios fechados e contou com a presença de mais de 400 mil pessoas dentre os nove dias de festa. A SGPA trabalha com a hipótese de que, se a vacinação ganhar um ritmo acelerado, a 75ª exposição agropecuária de Goiânia pode ser realizada entre os dias 1 e 10 de outubro. Caso contrário, a edição será realizada apenas em maio de 2022.

A edição de 2020 estava marcada para ser realizada entre os dias 15 a 24 de maio e traria shows com grandes nomes da música sertaneja, como Marília Mendonça, Maiara e Maraísa, Jorge e Mateus, Wesley Safadão e Henrique e Juliano.

Reconhecimento

O presidente explica que a Pecuária de Goiânia está entre os eventos de agronegócios mais aguardados no ramo. “Ela é responsável pelo sucesso do agronegócio goiano. Foi assim que chegamos em 75 edições da festa. Aqui a gente conta com a exposição dos principais animais: caprinos, equinos, bovinos, suínos. Durante toda a festa, eles ficam expostos e comercializados aqui. Além de muitos maquinários modernos e defensivos agrícolas que são consumidos por pessoas que vêm a nossa festa”, ressalta.

O espaço onde a festa é realizada todos os anos soma 150 mil metros quadrados e comporta 7 mil animais expostos, entre pequenos e grandes. Além disso, há dois tatersais para leilões e uma pista de julgamento e provas com área de 25 mil metros quadrados e arquitetura para 15 mil pessoas. Além das áreas para os expositores.

Com tudo isso, Eurico se diz esperançoso de que a situação melhore e que a festa possa voltar a ser realizada. “Nós temos uma grande força do agronegócio e o produtor rural, ano a ano, salva a economia. A nossa força é muito maior e o nosso produto é muito melhor. Eu tenho certeza que vamos realizar e que a edição será um sucesso”, destaca.

Eurico pontua que, caso a festa consiga ser realizada em outubro deste ano, obedecerá um prazo de “tranquilidade e segurança”. “A gente terá mais tempo para preparar os leilões e teremos uma maior tranquilidade para um controle sanitário para a exposição. Mas tudo isso vai depender da evolução da vacinação pelos governantes”, pontua.

Não há mudança

Eurico entrou na presidente da entidade no ano passado e ficará durante o biênio 2020-2022. Sobre uma possível mudança do parque local, o presidente garante que não ocorrerá. “A área onde o parque está localizado é privada e essa conversa não foi levada à diante, pois ela não é viável. Isso foi cogitado pelo governo da época de fazer uma transferência, mas a pecuária é um patrimônio material e imaterial e está entre uma das exposições que foram tombadas pelo Estado”, reforça.

Além disso, Eurico pontua que os setores da região se desenvolveram graças à instalação do parque na região. “Na última edição não tivemos problemas com o trânsito da região do parque. Não temos interesse em mudar, pois já estamos ali há 80 anos. Tudo na região se desenvolveu com a chegada do parque no local. Temos certeza que se sairmos dali o pessoal vai reclamar. Estamos numa posição de legalidade”, reafirma. (Especial para O Hoje)

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