Vazio urbano é problema antigo de Aparecida

Município conta com 82 mil espaços sem nenhum tipo de construção. Isso representa 40% dos 202 mil lotes | Foto: Wesley Costa

Postado em: 07-05-2021 às 08h45
Por: João Paulo
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Município conta com 82 mil espaços sem nenhum tipo de construção. Isso representa 40% dos 202 mil lotes | Foto: Wesley Costa

Aparecida de Goiânia completa um século no próximo ano, mas um assunto antigo ainda causa preocupação para os gestores da cidade: a quantidade de vazios urbanos. Segundo levantamento da Secretaria de Planejamento de Regulação Urbana de Aparecida, a cidade conta com 82 mil espaços sem nenhum tipo de construção. Isso representa 40% dos 202 mil lotes que compõem a cidade.

Vazios urbanos são os espaços que não contam com nenhum tipo de construção e não estão qualificados como áreas livres no interior do perímetro urbano da cidade. Se tornam pedaços de terra sem uso, loteamentos que não realizam nenhuma função e acabam gerando despesas para a prefeitura, que acaba fazendo a limpeza do local quando muitos são praticamente abandonados pelos seus donos.

Porém, o grande número de vazios urbanos acaba entrelaçado com a forte expansão que a cidade sofreu nas últimas décadas, segundo a coordenadora de projetos de orçamentos da Secretaria de Planejamento e Regulação Urbana de Aparecida, Carolina Gontijo.  “O município sofreu uma grande pressão e um processo de parcelamento que ocorreu até a década de 1990, em que foram implantados a maioria dos loteamentos existentes hoje. E isso aconteceu de forma aleatória, segregada e que gerou uma série de problemas para o que a gente vem enfrentando”, destaca.

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Carolina reforça que, além de tudo isso, os vazios urbanos fazem com o que as regiões de uma cidade fiquem desconectadas com os grandes centros. Esses problemas envolvem desde os primeiros moradores até a infraestrutura atual.  “A falta de preocupação e a continuidade do sistema viário, a falta de infraestrutura, os grandes vazios urbanos que foram se implantando. Infraestrutura a gente está falando não só de asfalto, água, esgoto, mas de equipamentos comunitários, de espaços de lazer, parques públicos. Somado a isso a gente ainda tem o fato de que além da cidade ser nova, a maioria da população foi formada por migrantes”, pontua. 

Tentando reverter esse cenário, a atual gestão decidiu fazer com que a cidade seja reestruturada e tenha todas as regiões conectadas. Para isso, o Executivo pensou em quatro novos eixos: mobilidade urbana, zoneamento, adensamento e qualificação da paisagem urbana. Segundo a coordenadora, isso colabora para a ocupação desses espaços e dar função social a eles.

“A gente sabe que a população tem as suas demandas, tem que colocar asfalto, energia. A gente precisa suprir as outras necessidades. É preciso dar espaço de lazer para essa população, qualificar a paisagem urbana, e estimular que mais pessoas usufruam daquele espaço, usufruam da cidade”, afirma.

Isso ficou evidente na construção da Avenida Jataí ou Avenida W-1, que faz a ligação entre o Jardim dos Buritis ao Jardim Bela Vista. Elas são vias largas e são tidas como exemplos para agilizar a mobilidade e mais alguma alternativa expressa para quem precisa se deslocar pela região.

“A gente tinha um imenso vazio naquela região. Atravessar a BR-153 é uma transposição complicada, até porque hoje ela tem mais características de uma avenida do que uma rodovia. As pessoas utilizam a rodovia para circular dentro da cidade, ou para sair ou vir de Goiânia para Aparecida”, sublinha Carolina.

A situação pode reverter com a criação do novo Plano Diretor de Aparecida. O último foi lançado em 2016. Atualmente, está em andamento a licitação da instituição que realizará o gerenciamento da elaboração do novo plano. A abertura do envelope está prevista para acontecer em julho deste ano. Vale lembrar que a discussão sobre essas regras devem ocorrer em conjunto com a sociedade.

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