Em um ano, Lei do farol gera quase 300 multas por dia em Goiás

Motoristas divergem quanto à aplicação da lei. PRF aponta redução de acidentes nas rodovias e defende legislação

Postado em: 11-07-2017 às 08h00
Por: Sheyla Sousa
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Motoristas divergem quanto à aplicação da lei. PRF aponta redução de acidentes nas rodovias e defende legislação

Wilton Morais

Após a implantação da Lei do farol, apenas em Goiás, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) aplicou 96,4 mil infrações por descumprimento da normativa. De acordo com o inspetor da PRF Jander Nucon, diariamente são aplicadas cerca de 300 multas diárias, por conta da legislação, no Estado.

Antes da vigência da lei, de janeiro a junho do ano passado, ocorreram 27 atropelamentos e 64 batidas de frente, nas rodovias goianas. No mesmo período desse ano, os dados caíram para seis atropelamentos e 10 batidas, respectivamente. O que sugere resultado da aplicação da lei.

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“Não podemos determinar que foi a implantação da lei do farol que reduziu o número de acidentes frontais nas rodovias. Mas se analisarmos bem, um carro que vem de longe é melhor visto com os faróis ligados”, defendeu o inspetor. 

Em 11 meses, no período entre 8 de julho de 2016 e 8 de junho de 2017, foram aplicadas 96.402 autuações nas BRs goianas. Os números de infraçoes por conta da falta do uso do farol representam 287,7 multas diárias. 

Condutores

O pedreiro Pedro Júnior defende o uso do farol. “Melhorou demais a visualização. Eu sempre liguei os faróis. É automático, assim que coloco o cinto, ligo o farol junto. É a primeira coisa. Então, a lei foi positiva. E a maioria dos motoristas da pista contrária também liga. São quase 80%, eu estimaria”, disse o pedreiro. 

Já o produtor musical Mábio Moura levou duas multas desde que a legislação entrou em vigor. “Foi frustrante, nas duas vezes. Atualmente lembramos sempre. Também depois que dói no bolso, fica fácil lembrar”, lamentou.

Apesar de considerar importante ligar os faróis durante o dia, o produtor sugere mais campanhas educativas, ao contrário das autuações. “Eu sei que não é benefício. Eu morei nos Estados Unidos, por isso comparo. Falta campanha educativa, como é com o cinto de segurança. Além disso, vemos a aplicação de multas, mas não vemos retorno físico nas rodovias”, argumentou.

Por outro lado, a maquiadora Fransciellen Silva, conta que se lembra do farol apenas em alguns momentos. “Hoje eu lembrei. Nunca levei multa, mas acontece de esquecer”, relatou. Ao comparar com o pai, ela disse, “ele esquece toda vez. Já levou duas multas indo de Goiânia para Trindade. Até estava vendo uma forma de ligar o carro e o farol acender junto”, contou.

“A legislação foi bem aplicada. Principalmente quando não temos a mureta de proteção de uma pista para outra, ou a faixa de visibilidade. Sempre ligo, não esqueço e realmente é importante”, contou o engenheiro, Vinicius Rabelo. 

Fiscalização proporciona redução de acidentes  

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) considera que a fiscalização contribuiu para a diminuição de acidentes. Se tratando de colisões frontais e atropelamentos, os mais relacionados ao uso do farol, a utilização do equipamento gerou atenção aos motoristas.

Na prática, o condutor que deixa de ligar os faróis nas rodovias pode ser autuado com multa de R$ 85,13 e quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Já em novembro deste ano, o valor da multa subirá para R$ 130,16.

Conforme o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), A medida que determina que os faróis estejam ligados durante o dia é válida para qualquer tipo de rodovia, incluindo as que passam por trechos urbanos e também em túneis com iluminação pública.

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