Variante Éris do Covid-19: Um panorama detalhado

Um novo capítulo na saga da Ômicron. Saiba quais medidas estão sendo tomadas

Postado em: 19-08-2023 às 07h40
Por: Tathyane Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: Variante Éris do Covid-19: Um panorama detalhado
Variante Éris do Covid-19: Um panorama detalhado | Foto: iStock

A variante Éris do Covid-19, também conhecida como subvariante EG.5 da Ômicron, tem gerado inquietações em todo o mundo desde sua detecção inicial em fevereiro de 2023. Essa cepa, que pertence à linhagem BA.6 da Ômicron, vem sendo amplamente monitorada e estudada por cientistas e autoridades de saúde globais.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variante EG.5 é uma mutação da Ômicron e apresenta modificações na proteína Spike, o que pode levar a um possível escape do sistema imunológico. No entanto, até o momento, os estudos não indicaram maior gravidade ou riscos significativos associados a essa variante em comparação com outras cepas.

“Monitoramos e avaliamos permanentemente as evidências científicas mais atuais em nível internacional e o cenário epidemiológico da covid-19. A pasta está atenta às informações sobre novas subvariantes e mantém contato permanente com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a OMS sobre o cenário internacional”, informou em nota o Ministério da Saúde.

Continua após a publicidade

Embora tenha sido observado que a EG.5 pode escapar do sistema imunológico com maior facilidade, o fato não resultou em doenças mais severas. Nos Estados Unidos e no Japão, onde a EG.5 se tornou predominante, não foram registrados casos graves em unidades de terapia intensiva devido a essa variante.

O médico especialista em doenças infecciosas, doutor Rafael Teodoro de Carvalho Júnior, trouxe uma visão esclarecedora sobre a variante Éris do Covid-19, destacando sua relação com a Ômicron e suas implicações no cenário global da pandemia.

“Essa EG.5, que chama Éris, é a nova variante que está no mundo, né? Ela começou em 2022, e é uma subvariante do Ômicron. Então, na verdade, não é uma variante nova, é uma subvariante do Ômicron. É uma variante, como todas as Ômicron, muito contagiosa, tá? A transmissão é muito fácil, por via respiratória”, explica o doutor Rafael. 

Dr. Rafael mencionou que existem cerca de 15 a 20 subvariantes da Ômicron no mundo, indicando que a convivência com essas cepas deve ser duradoura.

“Nós temos duas vacinas no mundo a Moderna e a Pfizer, aqui no Brasil só tem a Pfizer, elas protegem grande parte dos pacientes com Éris também, não todos pacientes evoluem mal, é uma infecção que atingir as vias aéreas superiores, dá muita dor de garganta, coriza, febre, tosse, como é uma variante que atingiu grande população é uma variante de interesse mundial. Grande parte dos pacientes que não tem problemas de imunodepressão evolui muito bem, então o grande problema ainda são os pacientes imunodeprimidos que não foram vacinados principalmente o que tomaram vacina mas que tem chance de ter complicações”, explica o doutor. Ele ressaltou a importância da vacinação, mencionando que as vacinas bivalentes oferecem proteção adequada contra as subvariantes da Ômicron.

“Essa vacina da bivalente que estamos tomando no Brasil, o pessoal está tomando pouco vacina do Covid-19. Dessa bivalente, ela dá um tempo de proteção baixa, de 10 a 11 meses. Então é importante ela ser renovada igual a vacina da Influenza, de forma anual. Uma das coisas que vai ajudar muito a melhorar a questão para essas variantes não aparecerem, é aumentar a cobertura vacinal contra o Covid-19, usar a vacina bivalente”, finaliza o doutor Rafael Júnior. 

A OMS alertou para o aumento global de casos de Covid-19 entre julho e agosto, possivelmente está relacionado à EG.5 e à subvariante BA.6 da Ômicron. A EG.5 tem sido identificada em diversos países, inclusive nos Estados Unidos e Japão, enquanto a BA.6 foi relatada em Israel e Dinamarca.

A primeira identificação da variante Éris no Brasil ocorreu em São Paulo, onde uma paciente do sexo feminino, de 71 anos, foi diagnosticada com a subvariante. A paciente apresentou sintomas como febre, tosse, fadiga e dor de cabeça em 30 de julho, e a confirmação laboratorial ocorreu em 8 de agosto. A paciente já está curada e tinha o esquema vacinal completo.

Especialistas afirmam que, embora a EG.5 possa se tornar dominante em termos globais, ainda não há informações precisas sobre a quantidade de casos e infecções. Ainda assim, não houve relatos de aumento na gravidade da doença em pessoas infectadas pela EG.5. A OMS avaliou o risco à saúde pública como baixo, semelhante a outras variantes.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirmou que “não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil”. Recomendações de prevenção permanecem as mesmas, com o uso de máscaras pela população de risco, como idosos, gestantes e imunodeprimidos, em ambientes fechados, além da cobertura vacinal completa.

Veja Também