Uma das bebês precisa de cirurgia no coração com urgência

Fernanda Martins

Uma das gêmeas siamesas que nasceu em Goiânia na semana passada precisa de cirurgia no coração com urgência. E não há previsão de quando poderá passar pelo procedimento, pois a bebê ainda está se recuperando da cirurgia de separação. As duas estão em estado gravíssimo, porém estável, e respiram com ajuda de aparelhos, com a alimentação feita através de veia.

As irmãs siamesas Débora e Catarina nasceram unidas pelo tórax e abdômen na última quarta-feira (22), na 37ª semana de gestação, compartilhando apenas o mesmo fígado. Débora nasceu com uma malformação no coração, a cardiopatia cianogênica grave, o que deu origem a dois problemas: a transposição das grandes artérias (quando a aorta está ligada ao ventrículo direito), e uma conexão entre as câmaras do coração (faz com que o sangue oxigenado se misture com o sangue venoso). Esse problema dificulta a recuperação dela da cirurgia de separação.

Segundo o cirurgião cardiovascular, Wilson Silveira, o procedimento pelo qual a recém nascida precisa passar é complexo e tem taxa de mortalidade entre 5% e 30%, indicado ser feito em bebês a partir de dois meses. O cirurgião acompanha as gêmeas desde a separação.

O caso

A cirurgia de separação das crianças durou cerca de 5 horas e foi feita em caráter de urgência, devido ao problema no coração de uma delas. 12 profissionais participaram do procedimento, além do cirurgião pediátrico Zacharias Calil. A mãe das meninas, Viviane de Menezes dos Santos, de 30 anos, veio de Salvador (BA) com o marido e chegou a Goiânia na última segunda-feira (20) para realizar o trabalho de parto no Hospital Materno Infantil. 

O HMI é considerado unidade de referência no parto de gêmeos siameses, é o único hospital do Sistema Único de Saúde (SUS) habilitado para realizar cirurgias de separação no País.