Hapvida é autuada novamente por má prestação de serviços e superlotação

Diretoria da Hapvida se comprometeu a participar de uma reunião com o Procon-GO para discutir os problemas enfrentados, além de ter um prazo de 20 dias para apresentar uma defesa

Postado em: 17-04-2024 às 08h00
Por: Ronilma Pinheiro
Imagem Ilustrando a Notícia: Hapvida é autuada novamente por má prestação de serviços e superlotação
Durante a fiscalização, foram constatadas diversas irregularidades, incluindo a ausência de serviço de triagem no pronto-atendimento, em desacordo com as normas da Agência Nacional de Saúde (ANS) | Foto: Divulgação/Procon-GO

Após a operação realizada na última sexta-feira (12), o Procon Goiás prosseguiu com suas fiscalizações na segunda-feira (15), no Hospital Jardim América, responsável pelo atendimento de emergência do plano de saúde Hapvida. O objetivo era verificar as denúncias recorrentes sobre a má qualidade dos serviços prestados, longos tempos de espera e a superlotação do pronto-socorro.

Como resultado da nova fiscalização, o Procon autuou a empresa pela segunda vez. Além disso, de forma cautelar, determinou a suspensão da venda de novos planos de saúde Hapvida em todo o Estado de Goiás por um período inicial de sete dias. A medida cautelar estabelecida tem validade inicial de sete dias, mas pode ser prorrogada caso não haja comprovação de melhorias significativas no atendimento.

A ação contou com a colaboração da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon). Apesar da autuação anterior, novas denúncias de superlotação persistiram, resultando em prolongados períodos de espera e falta de atendimento.

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Durante a fiscalização, foram constatadas diversas irregularidades, incluindo a ausência de serviço de triagem no pronto-atendimento, em desacordo com as normas da Agência Nacional de Saúde (ANS). Além disso, foram observados problemas como a falta de lençois nos leitos de internação, equipamentos danificados, como medidores de pressão, e até mesmo o manuseio inadequado de medicamentos e seringas.

A equipe de fiscalização observou ainda a falta de medicamentos e equipamentos, como termômetros, em condições precárias de funcionamento. Foi observado também o uso inadequado de medicamentos, colocando em risco a vida dos pacientes.

Em entrevista ao jornal O Hoje, o gerente de fiscalização do Procon-GO, Antonísio Teixeira, revelou detalhes preocupantes sobre a má prestação de serviços no hospital Jardim América. Teixeira relatou que durante a fiscalização, pacientes que aguardavam atendimento desde o período da manhã de sexta-feira (12),  e até mesmo do dia anterior entraram em contato com os fiscais, demonstrando preocupação com a demora e a falta de atendimento adequado.

Surpreendentemente, ao retornarem durante a noite de segunda-feira (15), os fiscais constataram que a situação permanecia praticamente inalterada, com muitos pacientes aguardando atendimento por longos períodos.

Em resposta às ações do Procon, a diretoria do Hapvida se comprometeu a participar de uma reunião no órgão para discutir os problemas enfrentados, além de ter um prazo de 20 dias para apresentar sua defesa diante das acusações e decidir sobre a continuidade da comercialização dos planos de saúde. Teixeira afirma que a reunião com o Hapvida deve ocorrer ainda nesta semana.

A população e os funcionários da empresa têm expressado crescente preocupação com a qualidade do atendimento no hospital. Essa fiscalização intensiva do Procon Goiás reforça o compromisso das autoridades em garantir que os direitos dos consumidores sejam respeitados e que serviços de saúde de qualidade sejam oferecidos à população.

A multa imposta à empresa pode variar de R$ 754 a R$ 11 milhões, dependendo da extensão do dano, gravidade e faturamento. Os consumidores que desejarem fazer denúncias ou reclamações adicionais podem contatar o Procon Goiás pelos telefones 151 (Goiânia) e (62) 3201-7124 (interior), ou registrar suas queixas pela internet, utilizando a plataforma Procon Web.

Por meio de nota, o Hapvida reforçou seu compromisso com a transparência e a saúde dos seus beneficiários, garantindo estar à disposição do Procon-GO para quaisquer esclarecimentos necessários. Em comunicado oficial, a empresa destacou seu empenho em colaborar com as autoridades diante das recentes fiscalizações.

Diante do aumento significativo nas demandas de urgência e emergência nas últimas semanas, a empresa ressaltou que tem intensificado o número de médicos e equipes de atendimento. Além disso, informou que tem fornecido todas as informações solicitadas, em conformidade com as medidas exigidas pelo órgão regulador.

“A autuação está sendo analisada e a Companhia prestará os devidos esclarecimentos ao órgão, bem como vem adotando todas as medidas necessárias ao aprimoramento e adequação dos serviços prestados na unidade”, diz um trecho da nota. 

Ainda no texto, a empresa destacou o cenário epidemiológico que tem gerado superlotação nas últimas semanas, tanto na rede pública de saúde quanto na privada, devido ao aumento nas demandas de urgência e emergência.

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