Lima Barreto faria hoje 135 anos

O escritor e jornalista deixou como legado à literatura brasileira crônicas, contos, ensaios e críticas

Postado em: 13-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O escritor e jornalista deixou como legado à literatura brasileira crônicas, contos, ensaios e críticas

Representante do pré-modernismo brasileiro, Afonso Henriques de Lima Barreto, mais conhecido como Lima Barreto, nasceu no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881. O escritor e jornalista deixou como legado à literatura brasileira crônicas, contos, ensaios e críticas. Grande parte da sua obra foi publicada após sua morte, prematura, em decorrência do vício do álcool. 

Divulgou seu primeiro romance em 1909 e, dois anos depois, o Jornal do Commercio iniciou a publicação, em folhetins, de Triste Fim de Policarpo Quaresma, um clássico literário que completou 100 anos em 2015.

Pela Editora Moderna, o título ganhou uma edição comentada à margem do texto pelo professor Douglas Tufano. Faz parte da coleção Travessias, que traz obras da literatura com notas que facilitam a leitura e auxiliam o jovem a valorizar renomados escritores do passado. 

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Triste Fim de Policarpo Quaresma 

A história se passa no fim do século 19, época da chamada Primeira República, e a figura central do romance é o major reformado Policarpo Quaresma, um nacionalista fanático que, conhecendo o Brasil apenas por intermédio dos livros, sonha em poder ajudar o país a se transformar numa grande potência. Seu patriotismo exagerado leva-o a envolver-se em três projetos, que constituem o conteúdo das três partes em que se divide o livro. 

Inicialmente, Quaresma mergulha no estudo das tradições brasileiras. Estuda violão, compõe modinhas populares, dedica-se à pesquisa do nosso folclore, ao estudo da língua tupi e dos costumes dos nossos indígenas. Obcecado por essas ideias, chega a fazer um requerimento à Câmara pedindo a oficialização do tupi como língua nacional. Tal ato o torna objeto de chacota, e Quaresma fica tão abalado por essas ofensas, que acaba sendo internado em um hospital para doentes mentais, de onde sai para dedicar-se a outro projeto nacionalista: o trabalho agrícola. 

Depois, o personagem compra o Sítio Sossego e resolve pôr em prática as orientações científicas que encontrava nos livros. Mas as terras não se revelam tão férteis, as pragas são terríveis e há dificuldades na comercialização dos produtos. Apesar da enorme extensão territorial, o Brasil não se desenvolve como potência agrícola, e Quaresma começa a perceber que o problema, na verdade, está na corrupção dos políticos, que não fazem leis que ajudem esse desenvolvimento. Dedica-se, então, a seu terceiro projeto: a reforma política.  

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