‘Obituário’ marca uma nova fase na carreira de Marcelo Perilo

Marcelo Perilo, antropólogo e escritor, apresenta sua mais recente obra, ‘Obituário’, uma coletânea de contos que aborda temas profundos como amor, morte e liberdade. Em entrevista, Perilo compartilha sua inspiração e a singularidade do formato deste livro.

A obra não se limita à sua narrativa, mas também à sua forma física. O autor desafiou as convenções tradicionais ao criar uma experiência única para o leitor. “Essa obra não é um livro convencional”, ele enfatiza. “Não se trata de uma obra com uma capa, com páginas que são costuradas ou grampeadas”.

Em vez disso, ‘Obituário’ é apresentado em uma caixa gaveta, uma alusão às gavetas mortuárias dos cemitérios. Este formato incomum não foi uma escolha arbitrária. Perilo explica que sua escrita é guiada pelo que ele chama de ‘tropical sombrio’, um estilo que permeia os textos e fundamenta a forma da caixa gaveta.

“Então, todas as histórias estão abrigadas em folhas avulsas que estão dentro da caixa gaveta”, ele explica. Ao abrir a gaveta, o leitor é convidado a explorar os contos, que não seguem uma ordem linear. A experiência de leitura é, portanto, mais dinâmica e interativa, permitindo que cada leitor descubra sua própria sequência de interpretação.

Para ele, o lançamento é mais do que simplesmente disponibilizar sua obra ao público. É sobre permitir que ela circule, para que outros possam se conectar com suas histórias. Ele reflete sobre a importância desse momento: “Quando eu fiz a primeira venda, eu me senti realizado, não pelo preço que a pessoa pagou, isso não é uma questão. A questão é que houve uma conexão entre o autor e uma primeira pessoa leitora que inaugurou esse processo da obra ir para a rua”.

Embora seja seu primeiro trabalho de ficção, Perilo já possui experiência como autor, tendo lançado um livro acadêmico uma década atrás. No entanto, à medida que ‘Obituário’ encontra seu caminho para as mãos dos leitores, marca uma nova fase na carreira de Marcelo Perillo, permitindo-lhe ser reconhecido não apenas como antropólogo, mas também como escritor. “Existe um processo de nascimento de uma figura de escritor que agora está associada a mim, publicamente”, observa ele com entusiasmo.