Copa do Mundo sub-17 deixa legado para Goiás

Estádio Olímpico recebeu 10 partidas do torneio e recebeu melhorias da Fifa - Foto: Governo de Goiás

Postado em: 18-11-2019 às 16h45
Por: Raphael Bezerra
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Estádio Olímpico recebeu 10 partidas do torneio e recebeu melhorias da Fifa - Foto: Governo de Goiás

Felipe André

O Brasil conquistou na noite deste domingo (17) o tetracampeonato da Copa do Mundo sub-17 ao vencer o México na grande final. Goiânia foi a única cidade a ter dois estádios na competição, o Olímpico e o Hailé Pinheiro, do Goiás. Os goianos tiveram nas últimas semanas o privilégio de assistir o “nascimento” de futuros craques. No padrão Fifa, a Copa do Mundo Sub-17 atraiu milhares de torcedores que vibraram a cada lance e mostraram a paixão pelo esporte. Mais que isso, a competição internacional deixou em Goiânia um legado físico, cuja estrutura beneficiará o desenvolvimento dos atletas de Goiás.

Palco de dez partidas oficiais, o estádio Olímpico, unidade da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), recebeu melhorias em suas instalações visando o torneio internacional.  Entre as intervenções, destaca-se a revisão e manutenção do sistema elétrico e dos geradores da praça esportiva. Os refletores passaram por limpeza, focalização e troca de 80 lâmpadas queimadas. Isso aumentou a capacidade de luminosidade do estádio de 800 LUX para 1000 LUX. Segundo o titular da Seel, Rafael Rahif, graças à passagem do Mundial da Fifa por Goiânia, o estádio Olímpico está enquadrado no padrão atual de iluminação estabelecido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). 

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Houve também um alto investimento no gramado, sobretudo com a revitalização e a modernização do sistema de irrigação. Também foram doados kits esportivos, com traves fixas, traves móveis, redes, bandeirinhas de escanteio, barreiras de faltas, cones e mini barreiras de salto, além de kit de estacas de agilidade e maca de massagem. “Tudo isso passa a ser utilizado pela comunidade esportiva de Goiás, não somente do futebol, mas de vários esportes. Neste ano, por exemplo, tivemos partidas de futebol americano e rugby no estádio Olímpico. É um legado para todo o esporte goiano”.

Inserção social

A parceria entre o Governo de Goiás e a Fifa também foi essencial para o desenvolvimento de ações sociais durante a competição. Foram disponibilizados ingressos para instituições filantrópicas, colégios estaduais, projetos de iniciação esportiva do Estado e da Prefeitura de Goiânia. Tudo isso com objetivo de oportunizar a pessoas de baixa renda a acompanharem um evento da magnitude da Copa do Mundo Sub-17. Ao todo, foram destinados aproximadamente 4,5 mil ingressos para a iniciativa.

Pacientes da Vila São Cottolengo – hospital filantrópico de Trindade especializado em reabilitação física, auditiva e intelectual – estiveram no último dia da competição em Goiânia. A delegação de 27 pessoas assistiu ao jogo entre França x Espanha, válido pelas quartas de final. Foi uma alegria só. Para o psicólogo da unidade de saúde, Thiago Vinícius, a experiência gerou expectativa grande e positiva nos pacientes.  “Eles assistem, torcem, participam bastante. O futebol faz parte da vida deles”, disse. 

O grupo que foi ao jogo já pratica atividades futebolísticas dentro da instituição, através do setor de educação física. Por isso foi tão especial. “Fazemos campeonatos inclusivos com pacientes e funcionários”, relatou o psicólogo. Sobre o convite para participarem do Mundial Sub-17, ele avaliou como importante para a inserção social dos pacientes em uma atividade coletiva. “Eles ganham autoconfiança. Não é porque eles têm uma limitação física ou cognitiva que têm que se fechar para o mundo. Aqui eles participam de uma atividade social e lúdica, com o esporte”, comemorou Thiago Vinícius. 

Público aprova

Essa foi a primeira vez que os goianos puderam acompanhar, em casa, jogos de Copa do Mundo. Goiânia foi uma das três cidades escolhidas para sediar o torneio internacional, abrigando 18 partidas, no estádio Olímpico e no estádio Hailé Pinheiro, entre os dias 26 de outubro e 11 de novembro. Estiveram em solo goiano delegações de 14 seleções (Brasil, Angola, Nigéria, Hungria, Equador, Austrália, França, Chile, Coreia do Sul, Haiti, Holanda, Estados Unidos, Espanha e Itália).

O torcedor Jovair Filho, que acompanhou seis jogos, gostou da experiência. “O futebol demonstrado pelos garotos da categoria sub-17 está similar ao desempenho dos profissionais, com a molecada jogando igual gente grande. O povo goiano gosta muito de futebol e teve a oportunidade de ver uma competição oficial, organizada pela Fifa”, disse. “Cada detalhe faz a gente entrar em um clima diferente do que está acostumado, desde a decoração do estádio aos protocolos das entradas dos times no gramado.”

O envolvimento dos goianos com o evento foi grande, principalmente nos dias em que o Brasil entrou em campo. O maior público registrado em Goiânia foi no confronto entre Brasil x Angola, ainda na 1ª fase, totalizando 9.813 pessoas. Para o torcedor Pedro Pereira, o que despertou a vontade de ir aos jogos foi a movimentação nos arredores do estádio, além dos preços atrativos dos ingressos. “Faço sempre esse caminho voltando da faculdade para casa, passando na frente do Olímpico, e o movimento me chamou a atenção. A estrutura montada, a decoração do estádio, ficou tudo muito bonito”, comemorou.

O secretário Rafael Rahif fez uma avaliação positiva do evento em Goiás. “O acolhimento é uma característica do povo goiano, as delegações que por aqui passaram puderam sentir esse calor humano. Os jogos aconteceram sem intercorrências e ainda tivemos a felicidade de receber a seleção brasileira em duas grandes partidas no estádio Olímpico, que reuniram praticamente 20 mil pessoas”. E ressaltou: “Goiás provou que está preparado para receber grandes eventos esportivos e vamos continuar trabalhando para trazer as melhores competições para nosso Estado”. 

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