Festival Panorama Raft apresenta intervenções criativas de artistas brasileiros

A obra ‘Construção Civil’, da Inquieta Cia, de Fortaleza (CE), abre a programação

Postado em: 16-09-2021 às 09h46
Por: Lanna Oliveira
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A obra ‘Construção Civil’, da Inquieta Cia, de Fortaleza (CE), abre a programação | Foto: Igor Cavalcante Moura

Artistas de periferias dos quatro cantos do Brasil têm a oportunidade de mostrarem sua arte. Começa nesta quinta-feira (16) o Festival Panorama Raft que exibe de forma online dez obras inéditas criadas por artistas selecionados dentre muitos. O evento faz parte do tradicional Panorama, um dos principais projetos de arte do corpo, dança e performance do País e além, também da América Latina. O evento ocorre até o dia 3 de outubro e todas as performances, com respectivas sinopses e fichas técnicas podem ser assistidas no site panoramafestival.com.

O projeto foi criado no período da pandemia e tem como principal missão abrir o leque de oportunidades para artistas da periferia. Foram selecionados projetos de todo o País, além de cinco voltados para pesquisa e desenvolvimento. “Também foi criada uma segunda linha de apoio, chamada Pesquisa & Desenvolvimento, em que cada um dos cinco projetos selecionados avança em sua investigação e compartilha seus processos online”, explica Nayse López, diretora artística do Festival Panorama.

Logo na estreia o festival já recebe uma intervenção bastante criativa. A primeira apresentação fica por conta da exibição da obra ‘Construção Civil’, da Inquieta Cia, de Fortaleza (CE), prevista para 20h. Nela, seis performers erguem uma estrutura cujo projeto ocorre durante o próprio trabalho. Não é arquitetura, mas uma ação fora de ordem e simultaneamente fora da ordem. Arquitetos não-especializados fabulam atentado ao espaço público seguindo um protocolo sem plano predefinido.

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No dia seguinte, na sexta, 17 de setembro, também às 20h, é a vez de ‘Matéria Escura’, projeto de dança idealizado por Alejandro Ahmed mais Grupo Cena 11, de Santa Catarina. Dentre os cinco projetos de pesquisa e desenvolvimento selecionados, está o interessante documentário ‘O Corte da Dancinha’, do Rio de Janeiro, que fala sobre barbeiros que dançam ou bailarinos que cortam cabelos. Criado por Luiz Guilherme Guerreiro, o projeto estará disponível na terça, 21, a partir das 20h.

Sobre o Festival Panorama

Com sua primeira edição realizada em 1992, o Festival Panorama traz a proposta de ocupar a cidade do Rio de Janeiro com dança, artes do corpo e projetos dos mais variados formatos, apresentando as relações que o corpo constrói com o espaço, tempo e público por meio do movimento. Ao longo de mais de 25 anos apresentou companhias e artistas nacionais e internacionais, com papel fundamental na construção da memória da dança e da arte contemporânea do País.

O evento busca não somente oferecer uma programação inovadora e experimental, mas também promover discussões que atinjam o pensamento e a participação social sobre as mais variadas vertentes performativas. Antes da pandemia, nomes internacionais da dança desembarcaram no Brasil para o projeto. Já foram apresentados nomes como Xavier Le Roy, Jerome Bel, Ballet de Lorraine, Boris Chamatz (França), Boyzie Chekwana (áfrica do sul), BranchNebula (Austrália), Deja Donne (Itália), entre outros artistas de todos os continentes. (Lanna Oliveira é estagiária do jornal O Hoje)

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