Quatro meses após racha, vereador do MDB deixa base da Prefeitura

Kleybe Morais criticou secretário de Governo, mas líder do partido na Câmara garantiu que a bancada “segue coesa e dando sustentação ao prefeito”

Postado em: 11-08-2021 às 08h28
Por: Marcelo Mariano
Imagem Ilustrando a Notícia: Quatro meses após racha, vereador do MDB deixa base da Prefeitura
Kleybe Morais criticou secretário de Governo, mas líder do partido na Câmara garantiu que a bancada “segue coesa e dando sustentação ao prefeito” | Foto: Reprodução

Durante a sessão na Câmara Municipal de Goiânia na terça-feira (10/08), o vereador Kleybe Morais (MDB) anunciou sua saída da base do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) em um discurso com críticas direcionadas ao secretário de Governo, Arthur Bernardes.

A saída de Kleybe Morais é a primeira de um vereador do MDB desde a ruptura do presidente estadual do partido em Goiás, Daniel Vilela, com o prefeito de Goiânia no início de abril, mas, agora, a motivação é diferente.

A reportagem do HOJE apurou que a insatisfação de Kleybe Morais se deve a cargos que ele teria perdido no Paço Municipal. Porém, abertamente, a versão é outra.

Continua após a publicidade

Discursando da tribuna da oposição, o emedebista citou uma suposta ligação telefônica com o também vereador Leandro Sena (Republicanos) em que ele recebeu um alerta sobre o secretário de Governo.

Leandro Sena teria dito a Kleybe Morais que Arthur Bernardes tem “muita força” junto à Record TV por causa dos “mais altos contratos” dentro da Prefeitura. O vereador do MDB disse que o veículo de comunicação produziu reportagens contrárias a ele e insinuou que a razão seria a influência do titular da Segov.

No telefonema, ainda segundo Kleybe Morais, Leandro Sena teria afirmado que Arthur Bernardes também é influente no Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) devido a filhos de promotores que supostamente teriam cargos no Paço.

“Me recuso a acreditar que o MP-GO, uma das instituições mais sérias de Goiás, se curve e não apure por causa dessa submissão”, afirmou o emedebista.

Em resposta, Leandro Sena disse que as acusações são “levianas” e negou as falas atribuídas a ele. Assim como Kleybe Morais, o republicano colocou seu celular à disposição para quebra de sigilo. Os dois ainda trocaram acusações sobre investigações de ambos na Justiça.

Base a liderança

Apesar de ter se declarado independente e não de oposição, a avaliação nos corredores da Câmara Municipal é a de que Kleybe Morais deve mesmo se portar como um vereador oposicionista a partir de agora.

Dessa forma, a oposição contra Rogério Cruz, que até então contava apenas com os vereadores Santana Gomes (PRTB) e Mauro Rubem (PT) de forma declarada, deve ganhar um novo integrante, mas ainda segue fraca em comparação à base.

O líder do MDB na Câmara, Clécio Alves, garantiu que a insatisfação de Kleybe Morais é um caso isolado e que a bancada emedebista, a maior do da Câmara Municipal, continua na base do prefeito.

“Quero lamentar [a saída de Kleybe Morais]. Fizemos tudo que era possível para que as arestas fossem aparadas. Suas razões são mais pessoais que políticas. Nossa bancada do MDB segue caminhando coesa e dando sustentação ao prefeito”, disse Clécio Alves.

No entanto, de acordo com apuração da reportagem, há uma sensação entre os vereadores de que a fase mais calma já passou e agora, com possíveis desgastes decorrentes de votações polêmicas, a base pode sofrer outras alterações.

Os principais assuntos em pauta no momento são as votações sobre a cobrança da taxa de lixo, a reforma do Código Tributário e o Plano Diretor.

Além disso, não está descartada uma mudança na liderança do prefeito, atualmente a cargo de Sandes Júnior (Progressistas). Se isso de fato se concretizar, representaria um enfraquecimento do grupo liderado pelo presidente da Câmara Municipal, Romário Policarpo (Patriota), segundo um vereador ouvido nos bastidores.

O Paço Municipal estaria em busca de um líder que seja ainda mais próximo e leal à gestão. Os nomes mais cotados são Leandro Sena, Clécio Alves, Léo José (PTB) e Anselmo Pereira (MDB)

Veja Também