Podemos aguarda definição do PSD de Meirelles para confirmar filiação de Mendanha

Segundo Felipe Cortez, prefeito de Aparecida de Goiânia está 90% fechado com o partido do presidenciável Sergio Moro

Postado em: 14-03-2022 às 15h05
Por: Marcelo Mariano
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Segundo Felipe Cortez, prefeito de Aparecida de Goiânia está 90% fechado com o partido do presidenciável Sergio Moro | Foto: Reprodução

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), está com sua filiação ao Podemos “90% confirmada”. É o que afirmou o secretário municipal da gestão mendanhista e membro da executiva nacional da legenda, Felipe Cortez, ao jornal O Hoje.

De acordo com ele, o único fator que pode barrar a ida de Mendanha ao partido, ou seja, os 10% restantes, é se o PSD decidir apoiar o prefeito de Aparecida de Goiânia. O prazo final é o dia 1º de abril, mas há uma expectativa de que o martelo seja batido ainda nesta semana.

Até o momento, o PSD tem o ex-presidente do Banco Central, ex-ministro da Fazenda e atual secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles, como pré-candidato ao Senado.

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Recentemente, porém, cresceram os rumores sobre uma possível desistência de Meirelles. Ele esteve em Goiânia no final da semana passada, quando reforçou que mantém sua pré-candidatura de pé, embora não tenha comparecido ao encontro do PSD Jovem.

Como as chances de uma mesma sigla ocupar duas vagas em alguma chapa majoritária são praticamente nulas, se Meirelles for mesmo candidato, Mendanha não terá espaço para disputar o Palácio das Esmeraldas pelo PSD.

Por outro lado, caso o secretário da Fazenda do governo paulista, que desconversa quanto à sua sempre adiada desincompatibilização do cargo, realmente desista da corrida eleitoral, o caminho fica livre para a filiação de Mendanha. Há certa resistência por parte de alguns membros do partido, mas nada que não possa ser superado.

São três motivos que fazem Meirelles repensar sua candidatura. Primeiro, ele coordena o plano econômico do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ao Palácio do Planalto, e é sempre especulado para integrar o alto escalão do governo federal, independentemente de quem seja eleito, inclusive o ex-presidente Lula (PT).

Em segundo lugar, o ainda senadoriável, que não poderá usar tantos recursos próprios, estaria demonstrando pouca disposição para se dedicar à campanha. Inicialmente, o cenário se mostrava favorável a ele, mas, agora, as pesquisas de intenção de voto o colocam atrás do ex-governador Marconi Perillo (PSDB).

Há também o fator Lissauer Vieira. A cada vez mais provável ida do presidente da Assembleia Legislativa, tido como um dos favoritos para deputado federal pelo PSD, ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) faria com que Meirelles perdesse um importante cabo eleitoral.

Outras opções

Com Podemos e PSD como favoritos para conquistar o passe político do prefeito de Aparecida de Goiânia, vale destacar que ainda há outros partidos no páreo, como Patriota, PL, Pros e Agir 35 (antigo PTC).

Presidente do Patriota em Goiás, Jorcelino Braga afirmou à reportagem que nada está definido, mas segue com esperanças de ter Mendanha nos quadros da legenda. “O Gustavo tem várias opções, e o Patriota é uma delas.”

O PL, por sua vez, era considerado a principal aposta no início de janeiro. Contudo, o partido do presidente Jair Bolsonaro gostaria de ter um nome mais identificado com o bolsonarismo, a exemplo do deputado estadual Major Vitor Hugo (de saída do PSL).

Por fim, Pros e Agir 35 não têm estrutura suficiente para bancar uma candidatura ao governo estadual. Ambos certamente estarão na aliança de Mendanha, mas são as últimas opções de filiação. Ele sempre demonstrou interesse em legendas maiores, como os próprios PSD e Podemos.

Palanque nacional

A eventual chegada de Mendanha ao Podemos tem influência no cenário nacional. Nesse caso, ele daria palanque em Goiás para o presidenciável do partido, o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.

Em relação ao PSD, após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, desistir das eleições presidenciais, a sigla mira a candidatura do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e se movimenta para tirá-lo do PSDB.

O prefeito de Aparecida de Goiânia, convém contextualizar, não gostaria de se envolver tanto com a disputa para presidente. Entretanto, como se trata de algo difícil de se abster, ele prefere apoiar um nome da terceira via, isto é, contra Lula e Bolsonaro.

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