Em encontro com Dória, Marconi chama Caiado de “governadorzinho incompetente”

Ex-governador dá sinais de que deve entrar na disputa pelo Governo, ao passo em que Doria persiste, apesar dos pesares, em viabilizar seu nome.

Postado em: 21-05-2022 às 06h57
Por: Felipe Cardoso
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Ex-governador dá sinais de que deve entrar na disputa pelo Governo, ao passo em que Doria persiste, apesar dos pesares, em viabilizar seu nome | Foto: Reprodução

O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) elevou o tom ao falar sobre a gestão Caiado durante um encontro com o ex-governador de São Paulo e pré-candidato à presidência da República, João Doria (PSDB). 

Depois de enfatizar que o partido não deve se envergonhar de seu legado e que “o mundo dá voltas”, o ex-governador — que dá sinais claros de que deve entrar para a disputa contra Ronaldo Caiado (UB) no pleito que se aproxima — mirou o governador.

“Gostaria que esse, que é o pior governador da história [de Goiás], aceitasse, que tivesse humildade para debater comigo olho no olho sobre qualquer assunto. Debati com Iris [Rezende], Maguito [Vilela], sempre de maneira respeitosa. Não vou ser desrespeitoso com ele. Não precisa ter medo. Gostaria de aproveitar para desmentir as fakes que esse governadorzinho incompetente foi capaz de produzir”, disparou o tucano. 

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Marconi ainda considerou que o PSDB se encontra de “cabeça erguida” e, agora, mais seguro para ir ao enfrentamento. “Apesar de tudo o que eu passei na política, da sujeira que fizeram  comigo, estou de pé, de cabeça erguida, feliz. Não temos que ter vergonha de nada que fizemos aqui porque fizemos bem feito, com amor, fizemos pelo povo”.

Direcionado a Dória, o governador disse que “quem está embaixo, vem para cima de uma maneira espetacular”. O discurso, neste caso, diz respeito à situação difícil enfrentada pelo ex-governador de São Paulo que, apesar de ter vencido as prévias do PSDB, corre sério risco de ficar de fora da disputa. 

“O Dória não é uma pessoa qualquer. Ele começou a trabalhar menino, como eu. E construiu uma vida muito bem sucedida na área empresarial. Sempre democraticamente, disputando prévias, acabou se elegendo prefeito de São Paulo, depois venceu prévias e venceu o governo de São Paulo. Agora, ganhou as prévias para ser presidente pelo PSDB, eu votei nele por uma questão de coerência e lealdade”, disse o ex-governador antes de reforçar sua posição de lealdade. “Estive com você, estou, estarei, tanto na vida privada, pessoal e política”. 

Faca de dois gumes

Enquanto isso, o destino de João Dória segue incerto. Nos bastidores, o comentário é de que o tucano vive dias de luta. Isso porque seu nome tem se tornado cada vez mais fraco, especialmente após o processo de desnutrição desenfreada desencadeada por integrantes do próprio PSDB. 

Em paralelo, o nome de Simone Tebet, pré-candidata pelo MDB, cresce. Ela nutre as expectativas de uma terceira via que antes via em Dória o grande nome do segundo turno. 

Agora abandonado pelo partido, o tucano tem buscado se mostrar, de alguma forma, ativo na disputa. Pensando nisso, veio à Goiânia para uma reunião com líderes. 

A frase de Dória que mais chamou a atenção das lideranças tucanas foi que “não se curvará diante de nenhum partido” numa referência clara que não vai desistir da corrida presidencial, apesar da aparente negativa do PSDB em ajudá-lo.

Dória se reuniu, na Capital, com o ex-governador Marconi e outros políticos ligados ao PSDB. Antes do encontro no Hotel Plaza Inn, na região central, eles visitaram o Santuário da Basílica do Divino Pai Eterno e a Vila São Cottolengo.

Apesar da insistência dos últimos vezes, o que se vê é uma candidatura reduzida a meras intenções. Dória não vai bem nas pesquisas e esse tem sido o ponto crucial de suas dificuldades. Conforme destacado pelo jornalista Ricardo Rangel da revista Veja, se Doria seguir na linha que está indo, a do confronto, tentando seguir candidato contra tudo e contra todos, o fracasso é certo. 

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