Cotado para o STF, Zanin já teve disputa milionária com o sogro por honorários advocatícios

Atualmente Zanin é cotado como possível indicação de Lula a uma das duas vagas ao Supremo Tribunal Federal (STF) que serão abertas esse ano

Postado em: 18-03-2023 às 14h40
Por: Ícaro Gonçalves
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Cristiano Zanin e Valeska Martins | Foto: Paulo Pinto

O advogado Cristiano Zanin Martins ganhou projeção nacional durante os julgamentos da operação Lava-Jato, quando atuou em defesa do presidente Lula da Silva (PT). Sua relação com o presidente lhe rendeu fama e notoriedade, tanto que atualmente Zanin é cotado como possível indicação de Lula a uma das duas vagas ao Supremo Tribunal Federal (STF) que serão abertas este ano.

Se na vida pública Zanin contabiliza sucessos, na vida pessoal ele já passou por momentos conturbados. Chegou a travar uma disputa judicial milionária contra o próprio sogro no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). A causa era por honorários advocatícios no valor de aproximadamente R$ 5 milhões.

O sogro de Zanin é Roberto Teixeira, advogado e ‘compadre’ de longa data do presidente Lula. A disputa teve início quando Roberto Teixeira, Cristiano Zanin Martins, Valeska Martins (esposa de Zanin) e Larissa Teixeira (irmã de Valeska) eram sócios de um mesmo escritório até o segundo semestre do ano passado.

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Segundo informações do portal Metrópoles, um dos casos defendidos pelo escritório era do canal de televisão Rede 21, do grupo Bandeirantes, que entrou na Justiça para cobrar uma dívida da Igreja Universal do Reino de Deus. A igreja foi condenada a pagar por volta de R$ 66 milhões à emissora por uma dívida relacionada à produção de programas religiosos, com honorários de 10%.

O processo começou em dezembro de 2021, mas uma briga fez com que o escritório se dividisse em 8 de agosto de 2022. Valeska e Cristiano Zanin Martins se tornaram sócios em uma nova banca. Roberto Teixeira e sua filha Larissa Teixeira continuaram trabalhando juntos.

Pouco depois o escritório de Zanin foi autorizado a continuar representando a cliente no processo. A disputa começou quando, em 6 de setembro de 2022, Zanin pediu o levantamento dos valores dos honorários.

Desde então, Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins se manifestaram diversas vezes, cada um alegando que teria direito a todos os honorários. Zanin defendia que teve “atuação pessoal e personalíssima para a satisfação do crédito” do cliente e que os honorários pertencem “exclusivamente” a ele.

Por sua vez, Teixeira, diz que “a contratação decorreu de um relacionamento de longa data, iniciado pelo sócio-fundador do escritório, Dr. Roberto Teixeira, com o cliente”.

Nos autos, a Rede 21 corrobora o argumento de Zanin de que havia uma relação “personalíssima” com ele, e que a empresa tratava diretamente com ele sobre o caso. Marco Aurélio de Souza, diretor jurídico da Rede 21, diz que sua relação “foi com o Cristiano”.

No final, Zanin e o sogro chegaram a um acordo onde cada um ficou com R$ 2,5 milhões, metade dos honorários até aquele momento. Dali em diante, quem receberia pela ação seria Zanin. Procurados pela imprensa para comentar a recente disputa, ambos disseram que preferiam não se posicionar.

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