Da placa de Marielle quebrada ao presídio de Bangu 8: Daniel Silveira teme condenação sem presidente para anistiá-lo
Daniel Silveira foi condenado em 2022 por divulgar vídeos com ameaças a integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e defender a volta do Ato Institucional nº 5 (AI-5)
Por: Ícaro Gonçalves
Os dias do ex-deputado federal Daniel Silveira no presídio de Bangu 8 não têm sido fáceis. Preso pela primeira vez em 2021, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, e denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), Silveira foi condenado em 2022 por divulgar vídeos com ameaças a integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e defender a volta do Ato Institucional nº 5 (AI-5).
A pena foi de oito anos e nove meses de reclusão, em regime inicial fechado. Na ocasião, o deputado foi considerado por alguns uma espécie de ‘bode expiatório’ do bolsonarismo. O então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), agiu rapidamente para tentar evitar a prisão de ‘um dos seus’, concedendo a Silveira o perdão dos crimes por meio de indulto presidencial.
Já sem mandato, Silveira voltou a ser solto, mas a estratégia durou pouco tempo. Em 2 de fevereiro desde ano o STF restabeleceu a prisão provisória do ex-deputado, levando-o desta vez à Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), unidade do Complexo Penitenciário de Gericinó.
Com futuro ainda incerto, o ex-deputado aguarda o julgamento do Supremo sobre a constitucionalidade do indulto presidencial recebido, quando os ministros devem analisar eventual extinção de punibilidade. Se a Corte anular o perdão, e com Bolsonaro não sendo mais presidente, Silveira não terá mais ‘cartas na manga’ e deve amargar a condenação.
Entre outros bolsonaristas notórios que figuram no complexo prisional estão Roberto Jefferson, ex-deputado federal pelo PTB, e Gabriel Monteiro, ex-vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo PSD e PL.
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Musculação e autobiografia
Enquanto espera uma definição de seu caso, Daniel Silveira tem passado o tempo em Bangu 8 entre flexões, outros exercícios de musculação e a redação de uma autobiografia. Na avaliação do ex-deputado, ele e Anderson Torres foram escolhidos como símbolos dos atos de 8 de janeiro. As informações são do colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles.
Na cadeia, o ex-deputado se aproximou de Roberto Jefferson e Gabriel Monteiro. O trio costuma conversar sobre amenidades, mas a política, claro, é tema recorrente. Silveira insiste que sua prisão é ilegal, mas reconheceu a pessoas próximas que “perdeu a batalha”.
