MDB, PSDB e Cidadania tem conversado, mas federação ainda está difícil

Presidente do Cidadania em Goiás, Gilvane Felipe diz que Goiás tem resistência na junção, mas reforça que decisão é nacional

Postado em: 07-06-2023 às 07h56
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: MDB, PSDB e Cidadania tem conversado, mas federação ainda está difícil
Presidente do Cidadania em Goiás, Gilvane Felipe diz que Goiás tem resistência na junção, mas reforça que decisão é nacional | Foto: José Cruz/ABr

Na última semana, os presidentes do MDB, Baleia Rossi, PSDB, Eduardo Leite, e Cidadania, Roberto Freire, se encontraram em Brasília para continuar as conversas sobre a grande federação que juntaria as três siglas – Cidadania e PSDB já estão federados. Contudo, em Estados como Minas Gerais e, principalmente, Goiás há resistência. 

A informação é do presidente do Cidadania em Goiás, Gilvane Felipe. Segundo ele, o Estado tem peso, mas reforça que a decisão é nacional, o que ainda não está perto de acontecer. “Goiás tem influência, mas a decisão é nacional. Resistência forte é Minas e Goiás, onde PSDB e MDB são conflagrados. Mas há resistência por todos os lados. Existem resistências no Cidadania, no PSDB… Não dá para dizer, por ora, que vá sair”, explica. Questionado se o Cidadania teria resistência, ele diz que o partido ainda não se posicionou a respeito. 

Mas ainda sobre Goiás, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) é adversário e tem, atualmente, como único opositor [praticamente] o ex-governador e presidente estadual tucano, Marconi Perillo (PSDB). E o vice-governador, Daniel Vilela (MDB), é o presidente estadual do MDB.

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Além disso, Marconi, durante suas quatro eleições – e o pleito de seu sucessor –, antagonizou com o MDB. São 20 anos de história de rivalidade direta, o que gera resistência em Goiás.

Isso posto, Gilvane Felipe reforça que o diálogo existe, apesar das dificuldades. “Tem havido muitas conversações neste sentido. Teve um jantar recente com a participação dos presidentes, mas não há nada de definido”, diz e repete: “Não há decisão, só conversações.” Os encontros, todavia, demonstram que existe interesse.

Fortalecimento

Apesar da dificuldade, as conversas não são de hoje. Desde o fim das eleições do ano passado, as legendas buscam se fortalecer. Alguns optam pela fusão, como PTB e Patriota (que ainda formará o Mais Brasil e aguarda homologação do Tribunal Superior Eleitoral). Outros, pela federação. 

É preciso deixar claro, as federações partidárias são a união de dois ou mais partidos para atuarem como um só. Estas têm prazo mínimo de quatro anos. Diferente da fusão, as legendas continuam a existir de forma independente, apesar do trabalho conjunto. 

Em 2022, o PSDB elegeu 13 deputados federais. O Cidadania, 5. Já o MDB, 42. Os números influenciam diretamente no fundo partidário e tempo de TV e rádio. Além disso, a quantidade também interfere nas indicações dentro da Casa.

Então, de olho nas eleições de 2024 e 2026, todas as siglas trabalham para viabilizar as alianças o quanto antes. Uma aliança da federação PSDB-Cidadania com o MDB poderia levar a ocupar um espaço significativo no contexto político nacional. 

E o Podemos?

O Podemos ficou das últimas conversas. O partido também poderia compor com MDB, Cidadania e PSDB, mas os encontros recentes só tiveram os três últimos. 

Inclusive, apesar dos rumores de que o partido poderia se juntar ao bloco, não há, ainda, qualquer movimento expressivo. Em outubro do ano passado, vale lembrar, os dirigentes dos quatro partidos chegaram a se reunir para tratar do assunto. Uma fonte do alto escalão de um dos partidos em Goiás considerou à reportagem do O HOJE a situação “em ponto morto” em relação ao Podemos.

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