Com pasta esvaziada, Marina vem a Goiânia na próxima segunda

Ministra participa de solenidade na Assembleia Legislativa de Goiás onde receberá comenda que reconhece compromisso ambiental

Postado em: 08-06-2023 às 08h08
Por: Francisco Costa
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Ministra participa de solenidade na Assembleia Legislativa de Goiás onde receberá comenda que reconhece compromisso ambiental | Foto: Fábio Rodrigues/ Abr

Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede) virá a Goiânia no próximo dia 12 de junho, segunda-feira. Na ocasião, ela receberá a comenda Washington Novaes, durante sessão solene na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). A presença dela foi confirmada pela assessoria do deputado estadual Antônio Gomide (PT). Ele também é o propositor da homenagem que reconhece o compromisso com o meio ambiente. 

Vale lembrar, Marina vem de derrota no Congresso. A ministra teve a pasta desmembrada após aprovação de medida provisória que também reduzia as competências do ministério. No dia Mundial do Meio Ambiente, segunda (5), em pronunciamento perante o presidente Lula (PT), no Palácio do Planalto, criticou o fato. 

“Acatamos porque na democracia a gente acata as decisões legítimas do Congresso Nacional, mas não posso concordar”, lamentou uma semana após a aprovação. Segundo ela, as medidas do Legislativo “vão contra o significado de ter uma legislação ambiental robusta e que permita ao Ministério do Meio Ambiente cumprir as atribuições conferidas pela Constituição”.

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Entre as mudanças, o Congresso retirou o Cadastro Ambiental Rural (CAR) da pasta e o colocou na de Gestão. Além disso, enviou a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) para o Ministério da Integração e do Desenvolvimento. 

Houve, ainda, a transferência para Cidades do Sistema Nacional de Informações e Saneamento Básico (Sinisa), Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). 

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Ao Jornal O Hoje, o deputado estadual Antônio Gomide (PT) declarou: “Estaremos homenageando a nossa ministra, que é um símbolo da nossa luta, aqui, de combate ao desmatamento do cerrado.” Ele argumenta que, por meio da comenda, o cerrado, os quilombolas e o meio ambiente de modo geral será lembrado. 

Para ele, a homenagem fará de Marina uma espécie de garota propaganda do cerrado. “Precisamos fazer alerta que o cerrado, segundo maior bioma do Brasil, está definhando. A homenagem é para reacender essa chama de luta contra o desmatamento”, continuou. “O cerrado é a grande caixa d’água do Brasil. Precisamos que o meio ambiente volte à pauta de Goiás.”

Marina

Marina nasceu em 8 de fevereiro de 1958 na comunidade de Breu Velho, no Seringal Bagaço, município de Rio Branco, no Acre. Filha de seringueiro e dona de casa, ela tem mais de quatro décadas de militânica e vida pública. 

Nos anos 1970, ela descobriu vocação para as causas sociais e conheceu o líder seringueiro Chico Mendes, de quem se aproximou e a ajudou a aprofundar sobre a resistência contra o desmatamento e causas sindicais. Os dois, inclusive, ajudaram a fundar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre.

Oficialmente, a vida pública de Marina começou em 1986, quando ela tinha 28 anos. Em 1988 foi eleita vereadora de Rio Branco e, em 1990, se tornou deputada estadual. Já em 1994, chegou à Brasília eleita a senadora mais jovem da história da República, com 35 anos, sendo reeleita em 2002. 

No ano de 2003, se tornou ministra do Meio Ambiente no primeiro governo Lula (PT). Ela permaneceu no cargo até 2008, quando voltou ao Senado para concluir o mandato.

No ano de 2010, foi candidata à presidência e teve 20% dos votos válidos (terceiro lugar). Em 2014, assumiu a liderança da chapa após a morte de Eduardo Campos e, mais uma vez, terminou em terceiro lugar na disputa. Em 2018, nova tentativa, mas não ficou entre os primeiros colocados. 

Sobre reconhecimento, o site oficial da ministra diz: “A expressão global e a representatividade de Marina Silva podem ser medidas pela lista de prêmios que conquistou. Em 1996, recebeu o prêmio Goldman, considerado o Nobel do Meio Ambiente. Em 2007, o jornal britânico The Guardian incluiu a então ministra entre as 50 pessoas que podem ajudar a salvar o planeta. No mesmo ano, conquistou o Champions of the Earth, o principal prêmio da ONU na área ambiental e, em 2008, recebeu das mãos do príncipe Philip da Inglaterra, no palácio de Saint James, em Londres, a medalha Duque de Edimburgo, em reconhecimento à sua trajetória e luta em defesa da Amazônia brasileira – a honraria mais importante concedida pela rede WWF (World Wide Fund for Nature).”

Sobre a medalha

A comenda que tem o nome do jornalista Washington Novaes, uma referência em jornalismo ambiental, é um reconhecimento a pessoas e entidades comprometidas com a preservação. Também ambientalista, ele ficou conhecido, principalmente, pela defesa do cerrado, Amazônia e povos indígenas. Com destaque internacional, ele faleceu em agosto de 2020. Além da ministra Marina Silva, outras 29 personalidades de Goiás e do Brasil serão homenageadas durante a sessão solene.

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